Um incidente que opôs o deputado Alexandre Pascoal da bancada socialista e o líder do grupo parlamentar do PSD, António Soares Marinho, quando - após a votação que ‘chumbou’ o pedido de urgência para a constituição de uma comissão de inquérito à construção dos navios encomendados pela Região - atravessou o hemicíclo e disse: “não fala mais no meu nome no twitter”. Isto porque o deputado independente do grupo parlamentar socialista tinha escrito online: “António Marinho insulta o líder parlamentar do GPPS devido ao pedido de urgência sobre a Com. de Inquérito aos navios Atlântida/Anticiclone”.
Acontecia por essa altura um intervalo regimental, mas o episódio não passou despercebido e provocou um verdadeiro ‘burburinho’. Com o recomeço dos trabalhos, o líder da bancada rosa, Hélder Silva, fez uso imediato da palavra e em defesa da honra afirmou:”Não lhe admito senhor presidente do Grupo Parlamentar do PSD que entre por este Grupo Parlamentar dentro e vá ofender e atentar fisicamente contra um deputado desta bancada, aliás de tal forma que até pensei, no percurso, que o senhor deputado se viria dirigir contra mim! É algo que não lhe aceito! O senhor deputado está nervoso (...) aquilo que eu lhe recomendo é que tome um calmante...”
Soares Marinho retorquiu: “Aquilo que eu fui dizer ao senhor deputado Alexandre Pascoal foi que não punha mais o meu nome no twitter e tenho todo o direito de o fazer. Não quero! E portanto, aquilo que aqui se passou foi brincadeira de computador. Meus senhores, eu aqui estou como deputado e para ter intervenção política, aqui e de acordo com o que vem defenido no regimento. (...) Tenha a coragem de dizer as coisas às pessoas na sua cara, é isso que nós estamos aqui para fazer, é isso que é um deputado, nós não somos tecladores de computador, somos deputados”.
Perante estas trocas de acusações, Francisco Coelho interveio então: não teremos, com certeza, que chegar ao Irão onde quando há uma crise se cortam os telemóveis, para dificultar as comunicações, não precisaremos disso com certeza, não é isso que nós queremos, agora também queremos e teremos que arranjar (...) boas práticas (...) ou de retomar as boas práticas interpessoais que temos no relacionamento político e debate parlamentar, e de arranjar novas práticas e boas práticas se preciso for no relacionamento de acordo com os novos meios e que envolvam, já agora, neste espaço que é reservado e condicionado, os senhores deputados (...) mas também que envolvam todos aqueles que circulam ao serviço desta casa”
“Deixo-vos a promessa que na próxima conferência de líderes trataremos também destes problemas de forma, espero eu - tenho a certeza -, razoável, democrática, de forma livre e a garantir a liberdade e a comunicação e a democracia mas também a garantir um retorno rápido a um realcionamento interpessoal que, independentemente do calor do debate e da divergência política, é e costuma ser e voltará a ser, comcerteza, exemplar entre nós, acrescentou.
E passou ao ponto seguinte da ordem de trabalhos.
Recorde-se que também nesta sessão plenária, na última quarta-feira, Alexandre Pascoal, apelidou online de "sermão (...) pleno de preconceito, demagógico e ignorância " uma intervenção de Artur Lima, líder da bancada do CDS-PP, e o líder popular acusou-o em plenário de cobardia, provocando desde então o debate em torno do uso das novas formas de comunicação.
Olímpia Granada/Hélder Blayer
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