quarta-feira, julho 29, 2009

«Por que é que Portugal existe, na Península Ibérica?»

Dennis Slice colocou-me uma pergunta pertinente:
"Por que é que Portugal existe, na Península Ibérica?"

A questão, assim colocada, poderia soar mais a provocação do que a um mero desfazer de uma dúvida.


Estávamos no I Iberian Symposium on Geometric Morphometrics, ele como Invited speaker, e ambos como membros do Comité Científico.


A pergunta deixou-me sem reacção.

Geograficamente não fazíamos muito sentido, pois éramos uma perturbação na geometria quase perfeita do rectângulo peninsular.


A questão linguística poderia ser a solução para o aparente dilema existencial, mas também existiam os catalães, galegos ou bascos, com línguas próprias.


Por que raio, então, existia Portugal?

Repesquei da memória as lições da história, os dramas edipianos de Afonso Henriques, o beneplácito papal, entre outros justificativos.
Ainda assim não fiquei satisfeito.
Por que existia Portugal?


P.S.1- curiosamente, hoje, é publicado um artigo no El Pais onde é detalhadamente analisado uma sondagem, feita em Portugal e Espanha, e na qual 40% dos portugueses afirmam serem favoráveis a uma união com Espanha.


P.S.2- antes de Setembro, e tão breve quanto possível, publicarei entrevistas a biólogos e antropólogos, que já havia conhecido anteriormente, e que de algum modo utilizam as técnicas de Morfometria Geométrica como ferramenta de estudo.
Tão breve quanto possível teremos pequenas conversas sobre a ciência com:

Paul O' Higgins (Functional Morphology and Evolution Research Unit, Medical School Hull)
Jesus Marugán (Universidad Autónoma de Madrid/Natural History Museum of Los Angeles)
Dennis Slice (Department of Scientific Computing, Florida State University)
Diego Rasskin-Gutman (Universidad de Valencia)
Christian Klingenberg (Biological School of Sciences, University of Manchester)

Imagem:
daqui

publico.pt

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