sexta-feira, julho 31, 2009

N. 339, entre Seia e a Covilhã...sem que se previnam e/ou minimizem os impactos sobre a flora que bordeja a estrada_Serra da Estrela

Ao reconhecer a necessidade de beneficiação do piso da E.N. 339, entre Seia e a Covilhã, interrogamo-nos sobre as vantagens do alargamento do seu traçado. E, ao verificar que estes trabalhos são executados sem que se previnam e/ou minimizem os impactes sobre a flora que bordeja a estrada e que, principalmente na Primavera, torna tão encantador aquele trajecto, reforça-se a dúvida sobre os benefícios de estacionar mais alguns veículos motorizados em detrimento de espécies como Allium scorzonerifolium, Drosera rotundifolia ou Dactylorhiza caramulensis.
A este propósito, um autarca como Carlos Pinto diria (como já disse) que "antes das florinhas estão as pessoas". Mas, uma vez que as florinhas não votam, eu entendo afirmações destas como "antes das pessoas que gostam das florinhas estão as pessoas que gostam do asfalto". Ora, se autarcas como Carlos Pinto desvalorizam, e de forma tão sobranceira, os interesses das pessoas como eu, então que não se queixem de serem atirados para os últimos lugares nas minhas intenções de voto.

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(...)E por cá, as coisas não funcionam assim? Talvez, quando realmente se pretende resolver um problema ou realizar uma verdadeira melhoria. Mas, quase sempre, o que se pretende é outra coisa(1). Por exemplo, o renascido projecto do teleférico Piornos-Torre tem sido insistentemente defendido com a necessidade de afastar os carros da Torre, com a vontade de convencer os visitantes a chegarem à Torre num meio mais limpo, com o que teremos a ganhar numa Torre sem a poluição e o ruído automóvel actuais (veja aqui o presidente do Turismo da Serra da Estrela, Sr. Jorge Patrão, fazer esta defesa). Posta assim a questão, eu concordo. Se, em vez dos carros, tivermos o teleférico, ficaremos melhor. Mas é difícil acreditar que seja mesmo essa a intenção quando, ao mesmo tempo que se fazem estes anúncios, decorrem grandes obras de beneficiação da Estrada Nacional 339 entre Seia e o edifício do antigo sanatório dos ferroviários, perto da Covilhã.

Será que se quer, mesmo, afastar os carros da Torre? Ou ninguém disse nada à Estradas de Portugal?

(1) Gastar uns fundos caídos do governo ou da União Europeia (e a algum bolso vão parar as "inevitáveis" derrapagens), mostrar obra antes de eleições ou tentar afirmar a indispensabilidade de organismos semi-públicos claramente inúteis, por exemplo.

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