Ao reconhecer a necessidade de beneficiação do piso da E.N. 339, entre Seia e a Covilhã, interrogamo-nos sobre as vantagens do alargamento do seu traçado. E, ao verificar que estes trabalhos são executados sem que se previnam e/ou minimizem os impactes sobre a flora que bordeja a estrada e que, principalmente na Primavera, torna tão encantador aquele trajecto, reforça-se a dúvida sobre os benefícios de estacionar mais alguns veículos motorizados em detrimento de espécies como Allium scorzonerifolium, Drosera rotundifolia ou Dactylorhiza caramulensis.
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(...)E por cá, as coisas não funcionam assim? Talvez, quando realmente se pretende resolver um problema ou realizar uma verdadeira melhoria. Mas, quase sempre, o que se pretende é outra coisa(1). Por exemplo, o renascido projecto do teleférico Piornos-Torre tem sido insistentemente defendido com a necessidade de afastar os carros da Torre, com a vontade de convencer os visitantes a chegarem à Torre num meio mais limpo, com o que teremos a ganhar numa Torre sem a poluição e o ruído automóvel actuais (veja aqui o presidente do Turismo da Serra da Estrela, Sr. Jorge Patrão, fazer esta defesa). Posta assim a questão, eu concordo. Se, em vez dos carros, tivermos o teleférico, ficaremos melhor. Mas é difícil acreditar que seja mesmo essa a intenção quando, ao mesmo tempo que se fazem estes anúncios, decorrem grandes obras de beneficiação da Estrada Nacional 339 entre Seia e o edifício do antigo sanatório dos ferroviários, perto da Covilhã.
Será que se quer, mesmo, afastar os carros da Torre? Ou ninguém disse nada à Estradas de Portugal?
ocantarozangado.blogspot.com
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