… que o país acordou com um governo de “esquerda”. O Partido Socialista ganhava as eleições com uma maioria nunca antes obtida. Estávamos fartos das políticas e das aventuras conservadoras da coligação PSD/CDS que aprofundaram a crise e agravaram o estado de estagnação económica do país.
Como sempre acontece nestas situações, a “crise” afecta mais uns que outros e, espacialmente, mais umas regiões que outras. Na nossa Cova, grassava o desemprego, fechavam empresas, reduziam-se perspectivas. O que mudou?
Ao invés de aproveitar o capital de confiança dado pelos portugueses, José Sócrates optou por continuar e aprofundar o rumo político até então seguido. É a própria Maria José Nogueira Pinto (destacada dirigente do cds-pp) que afirma que o actual executivo ocupou o espaço da direita, da “social-democracia” alertando para o perigo de o PSD enveredar por um caminho “mais à esquerda”. Sócrates optou pelo ataque às funções sociais do Estado, começa pela retirada de direitos aos trabalhadores da Função Pública, com a “desculpa” (mentira) de querer salvar estes serviços, para depois os privatizar. Na nossa Beira são vários os efeitos destas políticas, como exemplo, o caso das maternidades. A redução a uma lógica financeira em áreas como a saúde, a educação ou a segurança social tem destas coisas… é mais barato concentrar numa unidade aquilo que hoje está democraticamente desconcentrado por três.
Podendo ser mais barato, numa perspectiva de curto – prazo, terá custos elevados no médio/longo prazo. Porque pode ser o início de um processo que se alargará a outras valências de saúde, porque distância o Serviço Público das populações, porque não é factor de desenvolvimento regional, porque a única a ideia que sustenta esta medida nada tem a ver com Serviço Público, porque...
Diz o engenheiro que isto são políticas modernas… a mim mais me faz lembrar o tempo dos nossos avós, em que os cuidados de saúde estavam “assim democratizados”, quando se nascia em casa ou, para quem podia, numa clínica privada…
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