sexta-feira, março 24, 2006

Vontade

No início deste ano travou-se um debate que começou com questões que aqui fui trazendo, acerca do quotidiano político, que depressa avançou para campos onde alguns máfias puderam dar largas aos preconceitos anti-comunistas. O máfia karkassa, por exemplo, só aparece com esse objectivo. É como que um eco distorcido, que a certa altura pretendeu fazer o julgamento da história. Convocou uma série de testemunhas mas, às questões concretas que levantei, respondeu-se com preconceito, com mentira e ignorância. A questão não foi os argumentos a que não se conseguiu dar resposta (apontem um, um só que não viram esclarecido), a questão foi querer responder a alhos, com bugalhos...

Desse debate não resultou o esclarecimento do padrinho. Certamente que não foi ele o único, mas tenho esperança que outros tenham lido o que se escreveu e tenham compreendido que há uma outra via, um outro rumo para o país, que passa por uma governação ao serviço de todos e não de uma pequena minoria, que continua a enriquecer nestes tempos de “apertar do cinto”. Falo de números! De conta bancária, de apropriação de riqueza. Falo da mais-valia, da exploração, da injustiça. Falo de desregulamentação. Falo da negação de direitos, de retrocesso civilizacional. Falo de neo-liberalismo.


Falo do encerramento de Serviços Públicos, da alienação de sectores rentáveis e/ou rentabilizáveis que fazem parte da estrutura nuclear do Estado, subjugados à lógica do lucro. Falo dos ditames do défice. Falo de uma economia ao serviço de uma classe, de um punhado de privilegiados.

Falo de uma Cova que se desertifica que, depois do encerramento de inúmeras indústrias (falo de números) e ulterior generalização do desemprego, vê agora os poucos serviços assegurados pelo Estado, desaparecer. Falo de uma Covilhã cujo dinamismo está intimamente relacionado com a existência de uma Universidade (estatal pois claro) prova que cabe ao Estado ser alavanca para o desenvolvimento. Falo de uma Covilhã que hoje está bem servida de vias de comunicação, mas à qual falta o resto e, assim, aquilo que poderia ser motor de desenvolvimento, converte-se em factor de mobilidade de um só sentido… pessoas em refluxo, bens importados em fluxo.

E que reposta dar a este estado de coisas? Aprofundar as políticas que nos trouxeram até aqui? Apostar na continuação da mentira, mentira objectiva, entre a política que se defendeu em campanha eleitoral, e que agora se pratica?

Bem sei, e é natural e saudável que assim seja, o padrinho tem preferência, políticas e partidárias… não queiras é ser “independente”, ou “equidistante”. Porque se falei em Jerónimo de Sousa, como bem te lembras, deixa-me recordar-te que tb. se “postou” sobre Mário Soares, em apelo directo ao voto. Acho, aliás, que um debate sério em torno das questões políticas, enriquece este espaço. Convém não esquecer -
quando se conta uma história, que se faça de modo preciso e não parcial, ou que se defina claramente que o objectivo é esse mesmo, ser parcial.

E convém, também, que na defesa da nossa dama, se utilizem argumentos sérios.

Sobre isto, sem querer incomodar, gostava que, através de argumentos, com muito ou pouco esforço, me esclareçam… com a abertura de pensamento que te/vos :)(padrinho e cona da mãe) caracteriza, boa?

Sem comentários: