Universidade Beira Interior: quatro professores candidatam-se a reitor_LUSA

Quatro professores da Universidade da Beira Interior (UBI) apresentaram candidaturas a reitor da instituição, entre as quais o actual detentor do cargo, disse hoje à Lusa fonte da universidade.

O prazo para apresentação de candidaturas terminou terça-feira e Manuel Santos Silva, reitor da UBI há 13 anos, e Jorge Barata, professor catedrático do Departamento de Ciências Aeroespaciais, juntaram-se aos dois candidatos já conhecidos.

João Queiroz, presidente da Faculdade de Ciências da Saúde, e António Fidalgo, presidente da Faculdade de Artes e Letras, já tinham anunciado que eram candidatos ao cargo.

Depois de ter adiado uma decisão por várias vezes, o actual reitor disse hoje à Lusa que acredita poder ainda contribuir para o desenvolvimento da instituição.

“A determinada altura disse que se calhar até era bom que houvesse uma mudança de cara. Mas acho que ainda posso continuar a dar um contributo para o desenvolvimento da instituição. É a minha vida”, referiu Santos Silva.

“Tive muita gente dentro e fora da universidade a pressionar-me para que me candidatasse”, acrescentou, remetendo mais declarações para depois do anúncio oficial dos candidatos pelo Conselho Geral.

Por seu lado, Jorge Barata referiu que “o problema da UBI já não é uma questão de expansão ou de instalações”, defendendo, por isso, uma mudança.

Jorge Barata remeteu detalhes sobre o seu programa para a apresentação ao Conselho Geral, mas disse acreditar que a universidade pode ganhar “mais relevância no panorama nacional”.

Já o presidente da Faculda de de Artes e Letras, António Fidalgo, receia que as universidades possam continuar a perder alunos, mas “ganharão novas funções à medida que a sociedade se tornar mais e mais uma sociedade do conhecimento”, defendendo que a instituição deve agarrar novas oportunidades e que “se torna imperioso alcançar um novo patamar de qualidade académica, pedagógica e científica”.

João Queiroz foi o primeiro a anunciar a intenção de se candidatar a reitor. Em Novembro, liderou a lista mais votada para o Conselho Geral, novo órgão das universidades criado no âmbito do novo Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES) a quem cabe eleger o reitor.

João Queiroz propõe a “optimização de recursos humanos, materiais e financeiros” e encara como prioridades “a avaliação, acreditação e qualidade” da UBI. Defende ainda a consolidação do Processo de Bolonha como parte “da internacionalização da UBI” e preconiza “uma estratégia regional na consolidação e no desenvolvimento da universidade”.

O Conselho Geral da UBI reúne-se no sábado para analisar as candidaturas, devendo anunciar quais foram admitidas no prazo de cinco dias.

Seguem-se 15 dias para ser marcada a audição dos candidatos, em que cada um defenderá o seu programa. Só depois deverá ser marcada nova reunião para eleição do reitor por voto secreto.

A nova lei do ensino superior impôs uma mudança na eleição dos reitores das universidades: a sua escolha terá, a partir de agora, de resultar de um concurso público internacional, deixando assim de ser eleitos dentro das próprias instituições.