quinta-feira, setembro 13, 2007

Avião da UBI conquista Europa



A história da aviação está marcada por projectos que poderiam num primeiro momento parecer impossíveis, mas que depois se revelam essenciais para a evolução das máquinas voadoras. Foi também com o sentido de ultrapassar as barreiras actuais do conhecimento que a Associação Portuguesa de Aeronáutica e Espaço lançou um desafios a todas as universidades portuguesas.
No concurso promovido por esta entidade, o Air Cargo Challenge, o objectivo é conceber uma aeronave, de dimensões reduzidas e com uma potência adequada ao seu peso e envergadura, mas que seja capaz de transportar grandes pesos. Em 2003, mais de uma dezena de protótipos estavam prontos para dar início a esta competição, entre eles, o “Pegasus”, da UBI. No Aeródromo da Covilhã, a aeronave concebida por alguns estudantes e docentes da instituição covilhanense conseguiu voar com sete quilos de cargo útil, o que lhe deu acesso ao terceiro lugar na classificação final. Na terceira edição desta prova, a primeira onde estiveram presentes oito universidades europeias e 13 instituições de ensino superior portuguesas, o “Pegasus II”, “voo” mais alto que toda a concorrência e conseguiu o primeiro lugar da prova.

Miguel Ângelo Silvestre, docente de Engenharia Aeronáutica da UBI e piloto do Pegasus II ainda mostra alguma da emoção vivida na última prova. Foi ao comando dos seus dedos que a aeronave construída por si e mais dez alunos da UBI levantou em 60 metros de pista na Base Aérea da Ota, “completou a volta regulamentar de 360º graus e aterrou em segurança no mesmo local”. No seu interior, o “Pegasus II” carregava sete quilos de carga útil, acondicionada em tempo recorde pela equipa e transportava também o nome da UBI para o lugar mais alto do podium.

O docente explica que “esta aeronave foi completamente redesenhada”. Miguel Ângelo Silvestre adianta ainda que “o que foi verdadeiramente aproveitado daqui foi o conhecimento adquirido na edição anterior”. Esta segunda versão do Pegasus tem ideias base comuns com o seu antecessor, “sobretudo ao nível da asa tipo ‘párasol’, onde conseguimos aproveitar toda a envergadura da aeronave para produzir sustentação”. Ainda assim, e para se ter uma melhor ideia das melhorias conseguidas, o docente de aeronáutica explica que a aeronave que agora bateu toda a concorrência “tem um motor com metade da potência do motor de 2003, onde se conseguiu levantar a mesma carga”. Ou seja, “em termos relativos, é como se tivéssemos conseguido o dobro do peso”.

Esta edição ganha ainda contornos mais importantes, por ser a primeira realizada, a nível europeu, confessa o docente, entre um sorriso de vitória. Este ano participaram no Air Cargo Challenge, oito equipas “das mais reputadas universidades europeias ao nível da aeronáutica”. Para além do melhor resultado de sempre num concurso deste tipo, “a UBI consegue provar do que é capaz”, concluiu Miguel Ângelo Silvestre. Para além da equipa vencedora, também a equipa “SkunhWorks”, carregou o nome da UBI. Uma formação composta por 11 alunos de Engenharia Aeronáutica que conseguiu um honroso sétimo lugar, com uma das aeronaves mais inovadoras, em termos de design e novos conceitos, de toda a prova.

Urbi et Orbi

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