sexta-feira, março 23, 2007

O liberal monopólio

«Artur Costa Pais, administrador e proprietário da Turistrela, referindo-se à concessão exclusiva do turismo e dos desportos atribuída (em 1970, e está para durar mais algumas décadas!) à sua empresa, tem repetidas vezes afirmado que o monopólio não existe, que a concessão exclusiva "é só no papel", que não pretende entravar projectos de investimento de ninguém.»

"Aqui no Cântaro Zangado já disse que a questão não está na maior ou menor "simpatia" que a Turistrela mostra aos seus eventuais concorrentes, a questão está nas possibilidades, que os decretos-lei 325/71 e 408/86 põem nas mãos da Turistrela, de inviabilizar os negócios concorrentes. Segundo Artur Costa Pais, hoje em dia a Turistrela tolera, magnânima, pequenos negócios de terceiros; e amanhã? E se os negócios crescerem? Enquanto os decretos-lei que definem e regulam a concessão exclusiva estiverem em vigor, estas questões não terão resposta satisfatória para nenhum potencial investidor.
Mas vá, admitamos que sim, que o monopólio "é só no papel". Como devemos então entender este excerto"

[...] Turistrela, the exclusive concessionaire of tourism operations above 800 metres, [...]
retirado de um comunicado de imprensa da Vodafone, datado de 30 de Novembro de 2005, apresentando o patrocínio que a empresa fez à estância de esqui da Turistrela?

Mudando de assunto, outro excerto significativo deste comunicado de imprensa é o seguinte:

This sponsorship fits perfectly with Vodafone' positioning and sponsorship strategy, blending naturally with its brand values and with the audiences to which Vodafone speaks to.
Sobre os "Vodafone brand values" e as "audiences to which Vodafone speaks to", esta parceria é muito elucidativa. Terrivelmente elucidativa.

http://www.ocantarozangado.blogspot.com/

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