sexta-feira, setembro 19, 2008

Património religioso do Ferro é fotografado por António Homem Cardoso.

António Homem Cardoso, referência mundial da fotografia moderna, efectuou trabalho fotográfico no Concelho da Covilhã, encomendado pela Câmara Municipal.
Nesse âmbito, esteve na passada terça-feira 9 de Setembro, na nossa Vila, onde fotografou as belíssimas peças de arte sacra existentes na Igreja Matriz e nas capelas do Sagrado Coração de Maria e do Espírito Santo.
Tecendo rasgados elogios à magnificência das peças e à beleza da Igreja Matriz, Homem Cardoso, capturou para a posteridade imagens que enriquecerão o livro que a Câmara e o Presidente Carlos Pinto pretendem editar em breve, demonstrando assim uma sensibilidade cultural, que aliás marca já de forma indelével o nosso Concelho.
As fotografias de Homem Cardoso, - fotografo com uma carreira de mais de 40 anos, sendo hoje o português vivo com mais livros editados (mais de 100), - são na opinião António Alçada Baptista - ARTE.





A fotografia é uma Arte? A do António Homem Cardoso é, as outras, não sei.
Arte é, entre outras coisas, a comunicação de um momento edílico onde o comunicador é capaz de comunicar aos outros a poética escondida por todos os lugares do mundo. Eu dizia que o Alexandre O’ Neill era capaz de detectar o halo poético do quotidiano. Era uma espécie de descobridor: ele conseguia, através das palavras, revelar o que estava escondido, e nós, os que andávamos por aí, longe de tudo, de repente, tomávamos consciência de que a vida nos andava a passar ao lado e que , afinal, é fácil apreendê-la porque ela está mesmo ali.
Fazer fotografia poderia parecer fácil mas não é, porque a fotografia é um instante. Bachelar falou numa coisa que é a “intuição do instante”. A fotografia é a arte do instante.





Tudo está ali a nossa espera mas o António Homem Cardoso, num só instante, vê que está lá e que aquela imagem tem que fazer parte do nosso património porque pessoas, coisas e paisagens andam por aí mas nem todos somos capazes de as ver.
A fotografia do António é essa capacidade de registar o que merece ser visto, o que faz parte do encantamento do mundo, o que nos liga mais profundamente a uma realidade que está à nossa volta, mas que não somos capazes de ver a sua dimensão mais profunda. O amor é capaz de ser isso: uma capacidade de encantamento com o mundo e os outros, porque amamos e somos amados. As fotografias do António ajudam-nos a amar melhor.
Lisboa, 10 de Novembro de 1998
António Alçada Baptista

Aguardamos com ansiedade e expectativa o livro, e damos antecipadamente os nossos parabéns ao autor e ao promotor.
Paulo Jorge Canaveira Tourais
Presidente da Junta de Freguesia do Ferro

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