Excelente artigo de Paulo Roxo do Rocha Podre em Pedra Dura, "um turista como eu mas de fora" como diz José Amoreira do Cântaro Zangado
Convido-vos e ler este excerto aqui na Máfia que fala de um livro (mas não só e espero que leiam na íntegra) na esperança de encontrá-lo na Biblioteca Municipal da Covilhã, de uma aventura ou expedição como lhe queiramos chamar que data do ano 1884 de seu autor Emigdio Navarro, numa altura em que Estrela se escrevia com dois "L", e as lendas pejavam a Serra......
Convido-vos e ler este excerto aqui na Máfia que fala de um livro (mas não só e espero que leiam na íntegra) na esperança de encontrá-lo na Biblioteca Municipal da Covilhã, de uma aventura ou expedição como lhe queiramos chamar que data do ano 1884 de seu autor Emigdio Navarro, numa altura em que Estrela se escrevia com dois "L", e as lendas pejavam a Serra......
«Acabei de ler um livro maravilhoso com o prosaico titulo: “Quatro dias na Serra da Estrela”.
Pergunto-me quantos terão lido este livro? Esta pergunta não tem nenhum cariz de ironia pseudo-intelectual do tipo: “eu cá leio muito mais que vocês, seus incultos!”. Na verdade, há alguns meses que não pegava num livro com a decisão de o consumir até ao fim. Até que me surgiu este, sobre um “passeio” pela nossa serra mais alta.
De banal este livro só tem o titulo. Foi escrito muito antes de eu ter nascido, ou dos meus pais terem nascido. Muito antes das estradas que hoje rasgam, implacáveis, a Serra da Estrela. Antes mesmo da segunda grande guerra, antes até da primeira guerra mundial.
Este documento surgiu numa época de inocência e grandes questões fundamentais.
Data do ano 1884 e, o seu autor foi Emigdio Navarro.
Escrito num português arcaico “Quatro dias na Serra da Estrella” conta a historia de três distintas personagens que resolvem organizar uma “expedição” à serra mais alta do país. Naqueles tempos idos a Serra da Estrela estava pejada de mistérios e lendas. Por exemplo, pensava-se que poderiam existir neves eternas, à semelhança de outras montanhas europeias. De certa forma ainda existiam, uma vez que esta actividade decorreu em finais de Agosto e, na vertente norte do Cântaro Gordo foram estes senhores encontrar alguns neveiros por derreter. A prova de que o clima era bastante mais rigoroso do que nos dias de hoje.
Talvez a lenda mais interessante e inesperada tenha sido a da Lagoa Escura (acima da Lagoa Comprida). Dizia a lenda que, nesta pequena lagoa surgiam destroços flutuantes de navios naufragados no mar e, de quando em vez, corpos de marinheiros afogados. A explicação para estas insólitas aparições provinha da teoria popular (decerto fruto da imaginação de pastores) de que existiria um canal directo entre a Lagoa Escura e o oceano. Esse canal seria habitado por monstros malignos (ao bom estilo do Loch Ness, na Escócia) que se dedicavam a atacar as infelizes almas que, num acto de impensável ousadia, se banhassem nas águas negras da lagoa.
Estas e outras histórias curiosas foram escritas há mais de cem anos. Algumas com uma dose de ingenuidade própria da época, outras com uma clarividência intemporal.
O que mais surpreende talvez seja o respeito e sensibilidade pela montanha, transmitidos pelos intervenientes desta aventura, numa altura em que os valores ecológicos e ambientalistas não existiam, nem sequer como palavras no dicionário.»
http://rppd.blogspot.com/
Via O Cântaro Zangado
1 comentário:
Com que então o trepador não sabe quem é o Emídio Navarro?
Nem os restantes cientistas de mais uma expedição à Serra da Estrela (Montes Hermínios)?
Ele há cada ignorante..cada pedregulho...
Português arcaico no Séc. XIX?
Ele há cada analfabeto...
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