quinta-feira, novembro 23, 2006

No “Galinheiro” é necessário ser Raposa

OPINIÃO: João Morgado
«Diz-se em jornalismo que “todos os textos têm impressões digitais” de quem os escreveu. Uma análise atenta ao fluxo de informações dentro da câmara, o exame cuidado dos pormenores descritos nos textos, o estudo de uma rede de relações entre determinadas pessoas, certamente teria levado a melhores resultados. Ás vezes, estamos demasiado perto para ver. E para descobrir o que está debaixo do nariz é preciso alguma distância. No “Galinheiro”, por vezes é necessário ser Raposa» “Quem não se sente não é filho de boa gente” alegou Carlos Pinto como justificação para o processo que meteu em tribunal na tentativa de descobrir os autores do blogue satírico "Chicken Charles – o anti-herói" (http://covilhas.blogspot.com). “Foi a maior ofensa da minha vida”, sublinhou o presidente da Câmara da Covilhã, para quem a "a sistematização dos textos" revela "um objectivo preciso" de humilhação do seu nome "e não apenas uma brincadeira".(...)

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A sátira é apenas uma caricatura, um traço grosseiro para sublinhar determinados aspectos sócio-políticos. Temos em Portugal uma enorme tradição neste campo: Bordalo, Villena, o teatro de revista, os cartoons nos jornais, a própria “Contra-Informação” da RTP. Mas ninguém imagina toda a nossa classe política em tribunal no banco dos humilhados e ofendidos. Seria uma risada.

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