Entre as novidades que vão aparecendo no nosso blog, há uma que me levanta particulares interrogações – Grandes Causas…
Não querendo por em causa a “bondade” com que é introduzido aquele conjunto de organizações, não posso deixar de ter dúvidas quanto à bondade das mesmas. Vamos por partes.
A primeira “grande causa” é a Amnistia Internacional. No logo lê-se “trabalhando para a protecção dos direitos humanos no mundo”. a grande dúvida que me assalta é a da definição dessa coisa dos direitos humanos. Parece-me (e não é de agora), que há um paradigma subjacente ao trabalho da AI, ou seja, que os parâmetros usados pela AI para definir aquilo que são os direitos humanos estão colados à perspectiva individualista que reina na nossa sociedade. Nunca vi a AI defender o direito à educação, à saúde, ou ao trabalho. Podem dizer que esse não é o objectivo de tal organização, mas sendo o objectivo da organização a protecção dos direitos humanos no mundo, como pode tal acontecer sem que, por exemplo, estejam garantidos o acesso ao saber ou ao trabalho? para piorar a coisa, entendo que esta definição de parâmetros da AI não é em nada inocente, que é inconsequente e serve sobretudo para desviar as atenções do fundamental, desculpando assim políticas profundamente injustas… condena a AI a morte de milhares de Seres Humanos que morrem à fome ou por falta de assistência médica?
No sitio do genocide intervetion network, claramente direccionado para os cidadãos norte americanos, pode-se ler no projecto que aconselham a enviar para as instituições políticas:
“NOW, THEREFORE, WE, ______, hereby call upon the United States and the United Nations as leaders of the international community to immediately intervene to stop the killing, the rape, and the destruction of villages, and to assure that humanitarian relief reaches all those in need.“
Mais directo do que isto não pode haver! E se há muito boa gente, com intenções genuínas, a apoiar este movimento, quem o lidera já me deixa mais dúvidas. Solicitar aos campeões do genocídio (no Iraque, na Jugoslávia, no Afeganistão, no Médio - Oriente, em África, na América Latina…) – os Governos dos EUA, que assumam um papel de líderes para a resolução do problema, para além de hipócrita, é insultuoso à inteligência e às vítimas da política terrorista prosseguida.
Depois os senhores que “querem” fazer da pobreza história. Também aqui não duvido da sinceridade do empenho de alguns participantes nesta mediática campanha… mas como se pode fazer da pobreza história se não se for à raiz do problema? Numa altura em que se produz mais riqueza, mas continua a alastrar a pobreza, será possível combater a pobreza, sem combater aquele ínfimo número de grandes capitalistas que abocanham mais e mais recursos, que apregoam a liberdade individual para expandir os seus negócios, que patrocinam a guerra e consequente genocídio de povos…? Mais, não há aqui uma grande contradição, neste tipo de “grandes causas”, quando vemos que estes senhores, do grande capital, aqueles cuja riqueza é maior que o PIB de um ou mais países, está por detrás destas acções?
E depois, quanto à censura na Internet, porque não questionar a censura nos grandes órgãos de comunicação de massas? Quem ouviu falar da proposta para o estatuto dos jornalistas, aqui, em Portugal? Quem sabe de quem são os jornais “independentes” onde todos os dias se reproduzem “verdades” e “inevitabilidades”, sempre com uma perspectiva monocórdica, de opinião única?
As injustiças com que hoje nos deparamos necessitam de uma transformação profunda da nossa sociedade, uma transformação só possível com a luta dos povos, dos trabalhadores e restantes camadas da população. Essa sim – a luta pela emancipação do Homem é, no meu entender, uma grande causa!
Não querendo por em causa a “bondade” com que é introduzido aquele conjunto de organizações, não posso deixar de ter dúvidas quanto à bondade das mesmas. Vamos por partes.
A primeira “grande causa” é a Amnistia Internacional. No logo lê-se “trabalhando para a protecção dos direitos humanos no mundo”. a grande dúvida que me assalta é a da definição dessa coisa dos direitos humanos. Parece-me (e não é de agora), que há um paradigma subjacente ao trabalho da AI, ou seja, que os parâmetros usados pela AI para definir aquilo que são os direitos humanos estão colados à perspectiva individualista que reina na nossa sociedade. Nunca vi a AI defender o direito à educação, à saúde, ou ao trabalho. Podem dizer que esse não é o objectivo de tal organização, mas sendo o objectivo da organização a protecção dos direitos humanos no mundo, como pode tal acontecer sem que, por exemplo, estejam garantidos o acesso ao saber ou ao trabalho? para piorar a coisa, entendo que esta definição de parâmetros da AI não é em nada inocente, que é inconsequente e serve sobretudo para desviar as atenções do fundamental, desculpando assim políticas profundamente injustas… condena a AI a morte de milhares de Seres Humanos que morrem à fome ou por falta de assistência médica?
No sitio do genocide intervetion network, claramente direccionado para os cidadãos norte americanos, pode-se ler no projecto que aconselham a enviar para as instituições políticas:
“NOW, THEREFORE, WE, ______, hereby call upon the United States and the United Nations as leaders of the international community to immediately intervene to stop the killing, the rape, and the destruction of villages, and to assure that humanitarian relief reaches all those in need.“
Mais directo do que isto não pode haver! E se há muito boa gente, com intenções genuínas, a apoiar este movimento, quem o lidera já me deixa mais dúvidas. Solicitar aos campeões do genocídio (no Iraque, na Jugoslávia, no Afeganistão, no Médio - Oriente, em África, na América Latina…) – os Governos dos EUA, que assumam um papel de líderes para a resolução do problema, para além de hipócrita, é insultuoso à inteligência e às vítimas da política terrorista prosseguida.
Depois os senhores que “querem” fazer da pobreza história. Também aqui não duvido da sinceridade do empenho de alguns participantes nesta mediática campanha… mas como se pode fazer da pobreza história se não se for à raiz do problema? Numa altura em que se produz mais riqueza, mas continua a alastrar a pobreza, será possível combater a pobreza, sem combater aquele ínfimo número de grandes capitalistas que abocanham mais e mais recursos, que apregoam a liberdade individual para expandir os seus negócios, que patrocinam a guerra e consequente genocídio de povos…? Mais, não há aqui uma grande contradição, neste tipo de “grandes causas”, quando vemos que estes senhores, do grande capital, aqueles cuja riqueza é maior que o PIB de um ou mais países, está por detrás destas acções?
E depois, quanto à censura na Internet, porque não questionar a censura nos grandes órgãos de comunicação de massas? Quem ouviu falar da proposta para o estatuto dos jornalistas, aqui, em Portugal? Quem sabe de quem são os jornais “independentes” onde todos os dias se reproduzem “verdades” e “inevitabilidades”, sempre com uma perspectiva monocórdica, de opinião única?
As injustiças com que hoje nos deparamos necessitam de uma transformação profunda da nossa sociedade, uma transformação só possível com a luta dos povos, dos trabalhadores e restantes camadas da população. Essa sim – a luta pela emancipação do Homem é, no meu entender, uma grande causa!
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