As Eleições e os Eleitores na Cova da Beira...
Nas últimas eleições, veio-se provar que afinal o povo gosta até de estabilidade e está a dar tempo aos seus autarcas para concluírem os seus projectos. Isto é, as mudanças e a renovação não podem ser a qualquer custo.
No fim-de-semana uma criança de 5 anos, no Fundão, perguntou-me o seguinte: Nuno, como é que toda a gente diz mal do Sócrates e afinal ele ganha sempre?
A resposta parece complicada, mas não é. Não é ele que ganha são os outros que perdem, por falta de oposição forte, credível, experiente, heterogénea, plural, independente de poderes instalados, trabalhadores, conhecedores da realidade, aglutinadores, inclusivos, etc...
Nas autarquias do Fundão e Covilhã verificamos a mesma inércia, por parte da oposição. Só que os partidos são outros. Precisa-se de ver os contextos.
Manuel Frexes e Carlos Pinto tornaram-se autarcas sociais democratas, que congregaram votos além do espectro partidário. Tentaram rodear-se de bons profissionais (e não é fácil) para conseguirem executar o seu programa nos respectivos concelhos do Fundão e da Covilhã. Perguntam-me se tudo é perfeito e está bem?!... Não. Mas seria hipócrita da minha parte, não reconhecer que em 2009 eram de longe as melhores opções, para as duas cidades da Cova da Beira.
É igualmente a última vez que os Presidentes podem encabeçar as listas do executivo. Ora tem de se preparar o futuro, com nomes de militantes dos partidos, para 2013, pois os independentes devem ir se assim o desejarem, em listas de independentes, sem irem a reboque dos partidos. Na minha modesta opinião, tem de ser um mandato virado para temáticas fracturantes como a cultura, a acção social, as novas tecnologias, a saúde preventiva, o turismo cultural, ambiental e formativo, além claro de políticas de atracção de investimento sustentado a par da revitalização do sector primário na nossa Cova da Beira.

Se não houver memória, não haverá pensamento. Sem pensamento, não teremos ideias e sem Ideias não haverá Futuro. Entendo que o país teria a beneficiar com a regionalização e a criação da região da Beira Interior. Entendo igualmente que temos de criar um sistema de menos executivos em Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia, criando grandes e bons executivos.
Dos 308 Municípios no país, precisamos de 100. Das mais de 4000 freguesias precisamos de 1000. Mas estes seriam com profissionais eleitores e em exclusivo. Precisamos de bons gestores autárquicos e profissionais e temos muito poucos. Não faz sentido haver freguesias maiores que 60% dos concelhos do país, e vice-versa.
Não faz sentido, até porque não é fácil arranjar candidatos à altura em todos os partidos políticos para concorrem. Precisamos de uma mudança rápida da lei das autarquias locais, que põe mais deputados municipais por exemplo na Covilhã ou Fundão que no Porto. Vejo com apreensão o amanhã para a minha geração e outras vindouras, por falta de bons autarcas, que não estejam subjugados a interesses de promoção pessoal, mais do que o das pessoas e dos concelhos.
O meu cepticismo é preventivo, pois ainda se está a tempo de evitar uma catástrofe depois de 2013, com miúdos, mesmo que tenham idade, a gerir uma câmara municipal como se fosse uma associação qualquer. Os cidadãos devem participar mais nas decisões, e em vez de criticarem nas esquinas, irem usar a sua voz nas sessões de câmara e assembleias municipais respectivas. E criticar pode ser positivamente ou fazer sugestões para a melhoria da qualidade de vida e serviços ao dispor dos nossos beirões.
Belmonte precisa de uma revolução séria, pois tem potencial e falta-lhe visão e amplitude, até em freguesias como Caria onde falta o pluralismo estético. Penamacor precisa de deixar de ser o parente pobre e, principalmente na Cultura, ter o respeito por criadores, património e trabalho associativo, fazendo cumprir compromissos e promessas e zelando de facto, sem sufismos.
O Fundão tem de ser afirmar como cidade, não como a vila que passou a idade. Tem um concelho imensurável a descobrir, uma agricultura a explorar e uma indústria a aguentar. Este município precisa de continuar a edificar e a criar raízes sustentadas para o resto do século, recuperando duma estagnação recente.A Covilhã precisa de dar o salto em áreas e valências de cidades competitivas e europeias (cultura, ambiente, inovação), afirmando-se como a principal cidade de desenvolvimento e harmonia no século XXI. O futuro a todos nós pertence e aos novos autarcas de Câmaras Municipais, Assembleias Municipais e Assembleias de Freguesia desejo-lhe um excelente trabalho em prol do povo, cumprimentando igualmente os que nesta altura cessam as funções de eleitos autárquicos.
Porque a Cova da Beira, merece ainda, mais e melhor!
Nuno Miguel Henriques Facebook
nunomiguelhenriques.com
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2 comentários:
Caro Nuno, Roberto Leal ou Super Tony no 25 de Abril é o melhor para a cidade??
Fraco fraquinho meu amiguinho.
Isso é o q, um "paper" ou um livro, "paper" duvido, livro?, se for semelhante ao último sobre São Pedro...
De facto é preciso olhar para a Cultura, com um olhar diferente, mas respeito, não sou fã de todo, mas o que digo é só isto: os outros não me dão esperança de muita mudança ou mesmo alguma, então no que respeita ao tema da cultura... ui.... dê uma olhadela pelo trabalho da cultura do PS em 10 CM, e em 10 CM do PSD é veja...
Mas temos esses populares do lazer e não da cultura, é a vida, de quem nasceu num país que começou com um filho a bater na mãe! lol...
Ab,
nmh
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