sexta-feira, outubro 23, 2009

R'etratos à sexta...com JM (20)

Felizmente terminou a auto injunção intelectual que marcou todos os textos desde que recomecei a escrever para aqui. Os factos eleitorais tiveram muita importância mas não permitiram debruçar por outros temas. Felizmente venho agora mudar o tema e voltar a uma das géneses deste espaço: a cultura.

E sobre cultura temos tido, nos últimos tempos, experiências de grande nível na Covilhã. Sendo um caso paradigmático a fascinante produção que o Teatro das Beiras levou avante. Inspirada num texto histórico e milenar de Sofocles, mais tarde adaptado por Brecht, a peça Antígona brindou a Covilhã com uma peça absolutamente fascinante... Um texto soberbo, actores profissionalíssimos e altamente sentimentais, cenário simples mas eficaz. Foi, sem dúvidas muito bom poder ter ido ao Teatro das Beiras ver esta peça. Com o profissionalismo e a afectividade que tem habituado a Covilhã, o Teatro das Beiras teve, com esta peça, a sua septuagésima sexta vitória. E a cidade, com esta peça, teve mais um tanto de brilhantismo e até mesmo de ousadia...



De tamanha qualidade temos também a ocorrer o Festival Y. Um festival promovido pela Quarta Parede – Associação de artes performativas da Covilhã. Um conjunto vasto de produções que abrilhantaram não só a Covilhã como a Guarda, o Fundão, Castelo Branco ou Torres Novas. Festivais como o Y, merecem salas e grandes públicos: tornam-nos mais sensíveis, mais livres, mais tentos à riqueza do movimento e do expressionismo humano. Este Festival é multiplicadamente rico, pois não se baseando numa arte por si só, multidisciplina o espectáculo misturando a habilidade teatral, a sintonia musical e o expressionismo artístico da dança.



Projectos desde tipo dão nome à Covilhã e dão vida e liberdade às nossas gentes. Quando há uns meses ouvi os irmãos Sena no auditório da Biblioteca Municipal da Covilhã, apercebi-me (especialmente quando o debate começou), que, se existem exemplos de excelência, há imensas coisas por se desenvolver (e até mesmo por pensar) em termos culturais no concelho. Apesar dos escassos apoios, existem desafios a que teremos, incomensuravelmente, de pensar e responder: Como formar públicos atentos, críticos e intervenientes? Como levar o teatro, a dança e o cinema às escolas? Como incutir a cultura como uma componente essencial da formação do indivíduo?...



Enfim, muito há a fazer e a pensar, para já, quero só deixar um ínfimo encómio às excelentes produções a que temos assistido... Produções que têm tornado a nossa cidade mais rica, intensa e dinâmica. Produções essas, que nos tem dado muito que pensar...


Saudações.

João Nuno Mineiro

6 comentários:

helena L. disse...

Na minha opinião foi muito mal encenada, um texto fabuloso deveria acolher um pouco menos de exagero na representação, nem reconheci a Antígona que na obra me parece uma mulher guerreira mas sóbria. Mas essa é a minha ideia.Mas em vez de meros elogios à peça, que não interessa nada, o João poderia de forma aprofundada apresentar aqui a sua visão e reflexão acerca da peça e do próprio texto do próprio texto, sendo a sua própria riqueza que salta à vista.Por exemplo ficou por explicar o tal fascínio do texto. O abismo entre a lei natural e a lei do estado,entre o que é justo e legal, a intolerância gratuíta, a actualidade do texto.
Como a maioria dos jovens, o Jõao fica no esboço e esquece a construção.Falta reflexão a estes jovens.

Ricardo Reis disse...

Cara Helena L.
Este espaço é entendido como uma espécie de crónica, onde este jovem expôe a sua opinião relativamente ao panorama político, social e cultural do concelho.
É verdade que nem sempre apresenta os seus pontos de vista da forma mais coerente e imparcial, mas este seu comentário, nao denota grande maturidade (uma vez que se considera adulta).
Isto porquê? Porque este espaço é também um espaço informativo. Como tal, não tem que ser usado para analisar qualquer espectáculo...serve para informar, não para analisar.
Seria um erro tremendo, alguém como o JM, sem qualquer tipo de formação teatral analisar detalhadamente a obra. Compete-lhe sim divulgar estas iniciativas.
Quanto á cultura na Covilhã, é algo que pode,deve e tem que crescer. A poucos quilómetros daqui, no Fundão, existe um sitio chamado "A moagem", uma obra belissíma e uma aposta que não poderia trazer mais retornos, a todos os níveis. Grande exemplo...

Anónimo disse...

concordo com a helena. "Profissionalismo"?! onde?? aquilo tá cada vez pior!"exemplos de excelência"?! acorde para a vida meu caro jovem!
"escassos apoios"???!!! POR FAVOR!!! NÃO FALE DO QUE NÃO SABE!

O texto deste jovem, que mais parece um texto encomendado é claramente uma opinião e não um texto informativo. E para se darem opiniões e escreverem textos deste género, as nossa opiniões tem de ser fundamentadas e não deixarem margem para quaisquer refutações.
Se o jovem não tem “maturidade” ou “idade” que não pegue em meia dúzia de palavras bonitinhas e as coloque ao vento.

Anónimo disse...

Será por ser de étnia cigana é que malhão no rapazito ou é imperssão minha??

Anónimo disse...

A inteligência e ignorância são transversais a todas as raças, cores, e credos.

Anónimo disse...

Santa ignorancia... este "rapazito" tem mais cultura e inteligencia que muitos supostos intelectuais
força miudo