R'etratos à sexta...com JM (18)

Na semana passada fiz uma pequena alusão ao Festival da Cherovia...Foi sem dúvida uma critica ao timing do evento, uma vez que o protagonista do evento é ao mesmo tempo candidato à junta de freguesia da Conceição. No dia seguinte à publicação tive oportunidade de esclarecer este facto directamente com o professor Cavaco no Mercado Municipal e mais tarde no próprio festival.

Não duvidando da palavra do professor o evento já estava marcado muito antes da definição da data das autárquicas e dai colidirem na mesma semana. É um argumento aceitável embora ache que se poderia tentar alterar a data. Mas em todo o caso devo dizer que a minha análise ao Festival da Cherovia não se baseia exclusivamente no timing da festa: pelo contrário é importante perceber a importância estratégica do evento e o que dele advém. Do ponto de vista da afirmação de um produto local como imagem de marca agrícola do concelho este evento é excelente. Quantas pessoas não terão começado a olhar para a Cherovia de outra forma? Quantas as descobriram? Quantas as começaram a consumir sem ser na noite de Natal?

O que precisamos de garantir é que a produção de Cherovias seja local, exclusivamente local... caso contrário nada disto tem sentido. Por outro lado a associação de uma questão eminentemente agrícola e a simples diversão \ descontracção pode ser uma forma muito interessante de promover os recursos endógenos do concelho. Além de que do ponto de vista cultural este festival esteve bem, não o Fernando Rocha que não creio ter sido uma aposta seria e inteligente, mas principalmente o humor perspicaz do Marco Horácio e a cultura universitária – Tunas.

Por isso a avaliação que faço do festival é positiva: poderia ter sido feito noutro período (um mês antes \ um mês depois), mas do ponto de vista cultural e agrícola acho que este festival venceu e cá esperaremos para o próximo.

Mas rapidamente passo de uma coisa boa que se passou na cidade para outra nada boa. Visitei na terça-feira com um amigo e camarada a ponte pedonal da carpinteira (aquele monstro a céu aberto), e constatei que as madeiras junto às bermas estavam a rachar, o que é um perigo. Isto prova que o investimento não se vai ficar pelo até agora gasto, estamos ainda por contabilizar o custo de manutenção da ponte. Aconselho qualquer munícipe a verificar ao pormenor o estado daquelas madeiras que com um Inverno húmido podem piorar drasticamente. Além disso, aquele magnifico tapete inaugurativo atado com agrafos está rasgado, levantado e é um perigo para quem venha mais distraído.

Provavelmente estão a deixar que passem as eleições para o mandarem para debaixo da ponte como fizeram com a fita de inauguração... uma perfeita vergonha!


E por falar em eleições... Domingo vota-se! Consta que andam aí umas sondagens clandestinas mas vamos esperar pela sondagem de Domingo, essa sim realmente relevante. É a escolha para o futuro do concelho... entre uma maioria absoluta arrogante, que não respeita a oposição, que despreza o são conflito democrático, a troca de ideias e a divergência política, uma oposição democrata cristã que não fez uma proposta, uma critica, um argumento (entreviu quase exclusivamente em feriados e datas fúnebres), uma oposição socialista que não foi Covilhanense a tempo inteiro e entre as esquerdas, o Bloco e o PCP, que apesar das acusações em tribunal, do desrespeito, da não resposta e da discriminação política estiveram sempre lá, em todos os temas, em todas as áreas e em todos os pontos das ordens de trabalho... apresentaram propostas, medidas, moções e argumentos: nunca faltaram a nenhum voto neles prestado.

Tendêncialista? Como queiram... Baseio-me em factos: concretos e objectivos. A escolha de Domingo é entre um PSD que governou com maioria absoluta e desrespeitou as oposições políticas de forma vergonhosa e vendeu um dos bem mais preciosos do Mundo – a água, um PS que faltou a “N” reuniões de Câmara e foi em temas muito relevantes meros abstencionistas, um CDS que não teve agenda nem actividade política durante estes quatro anos, um Bloco que manteve a sua linha política, opinou, criticou, apresentou propostas em todos os temas e denunciou o que achou que deveria ser denunciado, e um PCP igualmente coerente consigo mesmo, sempre pronto para a discutir os grandes temas do concelho e a apresentar propostas e argumentos concretos e coerentes.

Em todo o caso o povo é soberano, e para a semana analisaremos o novo xadrez político da nossa terra.

Boa reflexão. Boas eleições

Saudações.

João Nuno Mineiro