sexta-feira, abril 24, 2009

R'etratos à sexta...com JM (4)

Os discursos teoréticos sobre juventude soam bem: “os jovens são o futuro”, “os jovens serão os adultos do amanhã”, “os jovens serão a sociedade do amanhã” mas rapidamente são ofuscados com alarvidades do tipo “os jovens são uns ignorantes, não se interessam por nada” e outras encenações análogas.

Recorre-se muito à critica fácil de que os jovens política, cultural e socialmente são inconscientes e não têm um mínimo conhecimento do Mundo, da vida e da sociedade… as vezes surgem até umas linhas nas opiniões da imprensa, mas são esses mesmos discursos “ideofobicos” que na Covilhã ocultam o empenho e o interesse que muitos jovens Covilhanenses têm pela sociedade em que estão inseridos e da qual querem ser parte activa.


Na Covilhã os jovens têm voz, ou melhor vozes… mas normalmente leva com o “lápis azul” em cima… mas a intimidação, os insultos, os preconceitos e a inveja, felizmente nunca deram frutos: existem na Covilhã movimento e organizações de jovens organizados que reflectem sobre a cidade, a sociedade e o Mundo e que anseiam e lutam pela mudança.


Existe na UBI o “Movimento 24” constituído por jovens estudantes que ambicionam uma Universidade diferente, justa e democrática.


Existe o Movimento de Jovens da Covilhã, que já promoveu também diversas acções na cidade e nas escolas… recordemo-nos da manifestação de estudantes do secundário, dos debates e palestras sobre temas como o défice energético , o ambientalismo ou a educação sexual nas escolas, a vigília pela paz na faixa de Gaza e agendo está já um debate hoje sobre o operariado Covilhanense, os exilados políticos e a oposição à ditadura Salazarista e uma acção amanhã de celebração do 25 de Abril.


Mas não falo só de movimentos que muitas vezes assumem cariz político (e não partidário), falo também dos jovens organizados, interessados e conscientes.

Existe a “Juventude da Cruz Vermelha na Covilhã que tem realizado um trabalho muito interessante, dando um contributo importantíssimo para a consciencialização social, grupos de jovens mais ligado à Igreja (mas não de menor importância e que tem promovido diversas acções de solidariedade na Covilhã), o voluntariado jovem na Beira Serra , o voluntariado jovem no Banco Alimentar contra a Fome , a presença de jovens em algumas colectividades (essenciais ao desenvolvimento local), a grande participação de jovens do secundário na iniciativa “Parlamento dos Jovens" , os jovens que numa escola da cidade dão palestras a professores, alunos e pais sobre temas que autonomamente estudam e dominam, e por exemplo o Grupo de Jovens “Nova Esperança”


Na cidade os jovens tem um papel super activo, mas que (não sei porque) nunca são valorizados nos discursos políticos, na imprensa (salvo algumas excepções), e nas conversas protagonizadas por essas individualidades que se dizem cientes do papel da juventude actual na ingerência social e, muitas vezes até são insultados.


A nível partidário os jovens são tão ignorantes que os todos os partidos “grandes” (PCP\PS\BE\CDS\PSD) tem na cidade juventude partidária.


Mas duma coisa têm razão, existe um grande divórcio entre os jovens da política institucional… os jovens – generalizando –, querem saber pouco de partidos, das instituições políticas, das medidas autárquicas…. (mas também qualquer jovem que vá a uma Assembleia Municipal da Covilhã fica espantado com a folguedo que por lá se cultiva… um autêntico gozo à democracia: insultos, espicardias, ódios pessoais sobrepostos à discussão política. O debate – troca de opiniões e argumentos com vista a chegar à melhor solução – é pouco ou nenhum.)


Mas importa também questionar porque é que os jovens não são ouvidos pela política … estarão os jovens a marimbar-se para a política, ou a política a marimbar-se para os jovens


Porque é que na Covilhã não há debates

entre juventudes partidárias?


Porque é que na Covilhã não há acordos entre as associações ou grupos de intervenção cívica e os órgãos políticos por exemplo na criação de planos de solidariedade que envolvam a política e os jovens?


Porque é que muitas das acções que os jovens fazem na cidade não são noticiadas?


Porque é que as Associações de estudantes não reúnem com os órgãos políticos?


Porque é quando os jovens abrem a boca para opinar lhes espetam com o preconceito da idade (ou da falta dela para falar sobre determinados assuntos – considerados muitos sérios para que um jovem ouse opinar)?

Porque é que a maioria dos jovens na Covilhã não ouve falar do IPJ?

Onde estão os “Conselhos Municipais da Juventude”?

Fica em aberto à espera das respostas de todos os ditos cursados e peritos em sociologia juvenil.


De uma coisa estou certo: os jovens têm voz na cidade… são calados e menosprezados mas continuam a ter voz activa, espírito crítico, e consciência… intervêm, debatem e pensam… ambicionam a mudança e uma sociedade mais justa: continuaram assim, activos, desenrolando papeis pró sociais porque, mesmo quando a ignorância anseia a aquisição do conformismo, a consciência e a responsabilidade social falam sempre mais alto… não os calarão, porque ninguém cala o futuro.


Jovens, esses que trabalham quase diariamente na consciencialização de outros jovens… jovens esses que são parte activa da sociedade.

Jovens, de quem a sociedade devia ter orgulho!


Saudações.

João Nuno Mineiro

12 comentários:

Anónimo disse...

Nota: Quando diz "Jovens" está a referir-se a si.

"Porque é que as Associações de estudantes não reúnem com os órgãos políticos?"

As escolas, ao contrário do que pensa, não devem ser politizadas como instrumentos de partidos. As associações de estudantes representam os estudantes e não os partidos. Fica ciente disso, e afinal de contas nem todos têm o privilégio de serem intervencionistas como tu...

E o senhor deve estar equivocado quanto ao conceito de "notícia". Porque haveria de ser uma vigília de jovens notícia?

Desde quando tudo o que o interessa a si deve interessar à sociedade em geral?

Anónimo disse...

ja te trata por senhor ,nada mau.

pois o mal e nao interessar aos outros os problemas da nossa sociedade, assim o lapis azul faz o que entende ser o interessante para os outros.

Acreditar.Lutar. Vencer disse...

Estescomentário são estúpidos porque neles são usados argumentos baseados em pressupostos falsos e não provados. As associações não têm nem devem estar ligadas a um partido… mas podem e devem reunir com os órgãos políticos – instituições, também partidos e ministério – no objectivo de que as associações de estudantes enquanto representantes dos alunos possam fazer ver aos órgãos políticos os problemas dos alunos e das escolas.
Mas como é preferível inventar uma suposta opinião minha para logo de seguida se contra argumentar: continue.

Já agora ou me trata por você ou por tu, das duas formas fica mal.


A propósito as noticias não devem ser baseadas no que a sociedade quer ler e ouvir, têm antes de reflectir aquilo que acontece de relevante na cidade. E uma vigila de 25 jovens de 16 anos contra um conflito bélico numa cidade pequena do interior é algo muito relevante, seja em Portugal seja no Japão.
Se as noticias fossem baseadas nos gostos da sociedade – em geral -, as partes da política bem podiam desaparecer que a sociedade não liga.

Anónimo disse...

Ficava-lhe bem falar em intervenção cidadã de jovens onde não fosse protgonista, e na Covilhã são centenas de casos, que não só as manifestações. Sei lá, estou a lembrar-me no excelente desempenho da Catarina da EPABI em Manchester não sei se conhece? Mas podia citar muitos outros. Assim parece uma mero exercicío de vaidade e auto-promoção.

Acreditar.Lutar. Vencer disse...

Eu falo em intervenção política, social, civica... não em intervenção culturar. Se assim fosse teria de falar em centenas de casa... e o seu argumento é totalmente falso.
Eu não sou da cruz vermelha, da beira serra, do grupo nova esperança, dos grupos católicos, do movimento 24...
Eu faço parte do Movimento de Jovens da Covilhã que por acaso tem feito um excelente trabalho colectivo.

E portanto não tenho culpa de que por não conhecer as outras instituições\associações\grupos\movimentos, e as pessoas que fazem parte dela me queira rotular como protagonista delas.

Isso é mera critica facil... na mais que isso.

Anónimo disse...

Catarina da EPABI? Mas ela andou contigo na escola? o nome é catarina ferreira e ela sim representa bem a covilhã lá fora como disseste. Mas pelo menos se é para mencionar, menciona como deve ser, porque a maioria das pessoas não sabe quem é a catarina da epabi

Artur disse...

Outro excelente texto, deveras tiro-te o chapéu por tanto carisma e preserverança...para quando outra iniciativa do movimento de jovens?

Anónimo disse...

dos 4 textos aquele de que menos gostei, mas apoio totalmente estes grupos, sítio onde os jovens podem dar de si o seu melhor...gostaria de ver debatido aqui a falta de apoios às instituições desportivas da Covilhã, ou a falta delas

cumprimentos
joão martins

Ana Falcão disse...

O Movimento de Jovens da Covilhã é liderado por ti? De onde surgiu a ideia? Foi algum professor teu que o sugeriu, ou foi mesmo da tua cabecinha e dos teus amigos?

Anónimo disse...

Enfim, continua-se a dar protagonismo a quem não mostra qualquer tipo de mérito para o ter. Com tantos jovens que sabem escrever em condições vão escolher um artista destes... deve ter um óptimo padrinho!

G* disse...

Anónimo das 1:21,

Que interessa que tantos jovens escrevam bem, se não dizem nada?

É mais importante a forma ou a mensagem?

É isso que está em causa, querido.

Anónimo disse...

Ah beim, tá serto. É precizo é diser coizas bunitas e que encomoden muinta jente.

Tou esclaresido querida!!! ;)