Desde miúdo que me lembro deste cedro (Cedrus sp.). E desde miúdo que me lembro dele assim, escanzelado.
É como se o passar dos anos lhe fosse indiferente, como se tivesse cristalizado no tempo. Como dele não tenho outra memória, nunca percebi o que o fez assim, enfezado, se é resultado de obra humana ou se é resultado da sua própria natureza.
No entanto, com os anos, habituei-me a aceitá-lo assim, um patinho feio comparado com outros cedros monumentais que crescem no Bairro da Estação, na Covilhã.
Nos anos mais recentes, o terreno que o viu crescer passou de descampado a estaleiro de uma igreja, cujas obras se arrastaram durante anos.
Nunca tendo partilhado esta certeza com ninguém, sempre suspeitei que o dia de conclusão da obra da igreja ditaria o seu fim. Mas enganei-me...
Por uma vez, num acto de humildade, quem decidiu a construção da igreja, quem a desenhou e construiu, decidiu aceitá-lo. Não o entendeu como uma afronta na paisagem, como um obstáculo à contemplação da obra humana.
Curiosamente, a Igreja da Santíssima Trindade reduz-se no espaço com a presença do cedro, na mesma proporção com o cedro aumenta a sua marca na praça, com a vizinhança do templo humano construído a seus pés.
Nesta história todos ganharam algo. E eu não perdi o meu patinho feio!
É como se o passar dos anos lhe fosse indiferente, como se tivesse cristalizado no tempo. Como dele não tenho outra memória, nunca percebi o que o fez assim, enfezado, se é resultado de obra humana ou se é resultado da sua própria natureza.
No entanto, com os anos, habituei-me a aceitá-lo assim, um patinho feio comparado com outros cedros monumentais que crescem no Bairro da Estação, na Covilhã.
Nos anos mais recentes, o terreno que o viu crescer passou de descampado a estaleiro de uma igreja, cujas obras se arrastaram durante anos.
Nunca tendo partilhado esta certeza com ninguém, sempre suspeitei que o dia de conclusão da obra da igreja ditaria o seu fim. Mas enganei-me...
Por uma vez, num acto de humildade, quem decidiu a construção da igreja, quem a desenhou e construiu, decidiu aceitá-lo. Não o entendeu como uma afronta na paisagem, como um obstáculo à contemplação da obra humana.
Curiosamente, a Igreja da Santíssima Trindade reduz-se no espaço com a presença do cedro, na mesma proporção com o cedro aumenta a sua marca na praça, com a vizinhança do templo humano construído a seus pés.
Nesta história todos ganharam algo. E eu não perdi o meu patinho feio!
2 comentários:
Deves ser muito novo...
"Desde miúdo que me lembro..." que naquele mesmo local existia uma fábrica de calçado, a cede da ADE e uma Discoteca de nome "A Fonte" (devido a existência de uma fonte na rotunda). O que é certo é que os anos foram passando, a dita Discoteca foi a baixo por causa do dito patinho feito (que eu ate acho piada) e o resto também veio por arrasto. Que eu me lembre e tanto ouvi, a suposta igreja era para ser construída onde estava a outra, ao qual no consequente desaparecimento da fabrica e cede do clube, conjuntamente com acordos com a CM-Covilhã se deve ter "oferecido" aquele sitio.
Sou muito critico a obras efectuadas no concelho e desperdícios de €, mas ate acho que o edifício tem uma estética bonita. Está ali mal enquadrado, está. Não fica bem ao pé da arquitectura existente naquele local nem ao pé da igreja. Mas também já vi muito pior. E foi com esta incompreensão que as obras de arte em Barcelona de Antonio Gaudi construiu o que construiu.
o patinho feio e' outro
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