O tema tornou-se moda ou pertinente. Incómodo e persistente, mas de facto é preciso pensar nesta temática, de forma séria, estruturada e consciente.
A regionalização pode se bem feita, criar proximidade entre eleitos e eleitores, e os cidadãos pagadores de impostos, exercerem uma verdadeira fiscalização anti-corrupção, estando atentos aos sinais de alguns senhores disfarçados de boa gente. A Regionalização não pode é ser feita em cinco regiões, porque incrivelmente, o nosso país apesar de pequeno em tamanho tem uma diversidade muito grande.
A forma como se vive e age na Covilhã, nada tem a ver com a Figueira da Foz, daí ser completamente absurdo criar uma região centro, dizendo que é assim a regionalização.
Agilizar procedimentos administrativos é outra das vantagens, mas basta olharmos para o sucesso, apesar de noutros contextos, das Regiões da Madeira e dos Açores. A Qualidade de Vida é muito superior a municípios do continente como Torres Vedras, Penamacor ou mesmo Sabugal. Existe proximidade na acção, vontade e capacidade de execução, sem bloqueios dos mesmos senhores que há quarenta anos emperram este país e o empurraram para o buraco em que estamos.
Marcelo Rebelo de Sousa, disse que o PSD tem de tomar uma decisão, sobre o caminho a seguir, neste domínio político. Muito Bem. Propôs um referendo interno. Excelente. Mas existe coragem? Carlos Pinto, quer um Congresso do PSD, em Janeiro antes das eleições para o líder. É aplaudível. E porque não esse conclave mor do maior partido da oposição, ser na cidade da Covilhã? Afinal, parece que a Beira Interior é a única região, onde tal não aconteceu.
A cidade da Covilhã, minha terra natal e de estudos, tem hoje condições prestigiosas para a realização de um congresso nacional, como este. Aliás, com ares da Serra, bem como com as tradições seculares do país se decidir com gente das beiras, pode ser que se encontre o rumo e com gente certa, para mudar o país, porque os partidos sejam na oposição, sejam no poder, se não existirem verdadeiramente, quem perde é de facto Portugal. Seria muito interessante, alguns senhores que só conhecem gabinetes e uns cafés da capital, verem que o país é muito mais que Lisboa, provando a irracionalidade de não irem avante com a regionalização com o Alentejo, Algarve, Beira Interior, Trás-os-Montes, Minho, Grande Porto, Beira Litoral, Ribatejo, Oeste, Grande Lisboa e Península de Setúbal.
Onze regiões, com personalidade própria, naturais e de características que as distinga, com um poder autónomo, alargado a uma descentralização do poder central, com domínios em áreas que vão da saúde, educação e segurança, com as devidas transferências financeiras e o equilíbrio sustentado nos impostos. Não se percebe, como um país, que disse sim, sem saber se queria, a uma Comunidade Europeia com o tratado de Lisboa, não tem a coragem e a ousadia atrasada trinta anos, de partir para uma regionalização assente em premissas válidas?!... Podem dizer-me que foi referendado e o povo não quis. Falso. O povo, minoritário, não esclarecido, não quis o modelo proposto de então. Mas agora, numa era de comunicação, tenho a convicção que dirá sim, aliás como aconteceu noutro tema, muito mais susceptível. Agora, fica a pergunta que alguns, com medos e receios de perda de poder e protagonismo, teimam em não a fazer, por a acharem inconveniente. Aqui fica. E a Regionalização, porque não?
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