quarta-feira, junho 14, 2006

Eles também compram

Os números do comércio externo, divulgados pelo INE, mostram uma boa notícia: o crescimento das exportações (mais 82%) para um país que os portugueses se habituaram a associar a más notícias: a China.

Os números confirmam que o país, além de grande exportador, é um potencial (excelente) mercado. Mormente porque o crescimento económico dos últimos 15 anos ajudou a criar uma classe média com propensão para o consumo. Porque deixar a tarefa de satisfazer esse apetite (apenas) às empresas japonesas e/ou anglo-saxónicas?

As estatísticas mostram que, para vender a chineses, nem é preciso ser detentor da tecnologia mais avançada. Como se pode depreender das vendas de empresas como a Paulo Oliveira (tecidos), da Covilhã, e outras (do sector têxtil), do norte do país.

É verdade que as vendas para a China (tal como aquelas para mercados como Brasil e PALOP) não têm expressão no conjunto das exportações portuguesas: menos de 2%. Se as empresas portuguesas souberem entender as preferências do consumidor chinês, e apostaram nos canais certos, têm ali muito dinheiro para ganhar. Mas atenção: os chineses não compram produtos de baixo preço e quase nulo valor acrescentado. Isso eles já fazem. E são imbatíveis.

in Jornal de Negócios

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