PJ "caça" autor de blog contra figuras da cidade, titulava com grande destaque o Jornal do Fundão na edição de 1 de Junho. Para além do presumível autor, a notícia refere outros dois arguidos - o pai do suspeito e "um conhecido professor de comunicação social da UBI" - explicando que, em relação a estes, o processo foi arquivado. Se em relação ao pai do arguido se diz que foi pronunciado por ser proprietário do telefone onde o suposto autor acedia à Internet, no caso do professor fica a dúvida acerca da identidade e da sua participação no processo. Como não admito que lancem suspeitas sobre todos os professores do curso onde lecciono, aqui fica o esclarecimento: o "conhecido professor de comunicação social" sou eu, João Manuel Messias Canavilhas.
Resta saber como entrou o meu nome nesta história, coisa que só descobri ao ler o processo: pois bem, foi Carlos Pinto quem informou os investigadores de que poderia ser eu o autor do blogue. Com meia dúzia de linhas fundamentadas numa denúncia anónima, o presidente da Câmara da Covilhã colocou o meu nome no processo, uma atitude que diz muito acerca do político Carlos Pinto.
Assim, os sabujos que entretanto aproveitaram a notícia para me envolverem numa complexa conspiração contra o presidente da Câmara podem meter a viola no saco.
Como é público, os rumores apontavam vários nomes como supostos autores do referido blogue. Curiosamente, o único nome referido pela alegada fonte anónima foi o meu, uma das poucas vozes críticas em relação a algumas decisões da autarquia covilhanense.
É sabido que o presidente da Câmara da Covilhã suporta mal a crítica e detesta quem lhe tire o protagonismo. É uma espécie de eucalipto político que seca tudo em seu redor e por isso são muitos os que, tendo estado a seu lado em várias batalhas, acabaram por se afastar dele.
Carlos Pinto é um político narcisista, arrogante e persecutório, cultivando uma visão maniqueísta da política: os seus apoiantes são bons, os outros são todos maus. Os inúmeros conflitos que mantém com outros políticos, jornalistas e organizações são exemplos disso mesmo.
Porém, Carlos Pinto sabe que a política é uma actividade pública sujeita ao escrutínio dos cidadãos no momento da eleição, mas também durante o mandato. E também sabe que a análise da actividade política, tal como o desempenho de cargos públicos, é uma forma de participação cívica. É neste último quadro de intervenção cívica que me situo: escrevo, assino e, para que não fiquem dúvidas sobre a autoria da opinião, ainda coloco uma fotografia a acompanhar o texto. Só uma mente retorcida poderia pensar que eu me dedico a escritos anónimos para atingir alguém. A crítica anónima, tal como o recurso a fontes anónimas, é uma arma característica dos cobardes, algo que não se coaduna com a minha natureza.
Por muito que custe a Carlos Pinto, enquanto se mantiver na política activa terá de conviver com os aplausos de que ele tanto gosta, mas também com as críticas que detesta. É aborrecido, bem sei, mas a democracia é assim mesmo. As eleições legitimam os candidatos, mas não os isentam da crítica nem os divinizam.
Resta saber como entrou o meu nome nesta história, coisa que só descobri ao ler o processo: pois bem, foi Carlos Pinto quem informou os investigadores de que poderia ser eu o autor do blogue. Com meia dúzia de linhas fundamentadas numa denúncia anónima, o presidente da Câmara da Covilhã colocou o meu nome no processo, uma atitude que diz muito acerca do político Carlos Pinto.
Assim, os sabujos que entretanto aproveitaram a notícia para me envolverem numa complexa conspiração contra o presidente da Câmara podem meter a viola no saco.
Como é público, os rumores apontavam vários nomes como supostos autores do referido blogue. Curiosamente, o único nome referido pela alegada fonte anónima foi o meu, uma das poucas vozes críticas em relação a algumas decisões da autarquia covilhanense.
É sabido que o presidente da Câmara da Covilhã suporta mal a crítica e detesta quem lhe tire o protagonismo. É uma espécie de eucalipto político que seca tudo em seu redor e por isso são muitos os que, tendo estado a seu lado em várias batalhas, acabaram por se afastar dele.
Carlos Pinto é um político narcisista, arrogante e persecutório, cultivando uma visão maniqueísta da política: os seus apoiantes são bons, os outros são todos maus. Os inúmeros conflitos que mantém com outros políticos, jornalistas e organizações são exemplos disso mesmo.
Porém, Carlos Pinto sabe que a política é uma actividade pública sujeita ao escrutínio dos cidadãos no momento da eleição, mas também durante o mandato. E também sabe que a análise da actividade política, tal como o desempenho de cargos públicos, é uma forma de participação cívica. É neste último quadro de intervenção cívica que me situo: escrevo, assino e, para que não fiquem dúvidas sobre a autoria da opinião, ainda coloco uma fotografia a acompanhar o texto. Só uma mente retorcida poderia pensar que eu me dedico a escritos anónimos para atingir alguém. A crítica anónima, tal como o recurso a fontes anónimas, é uma arma característica dos cobardes, algo que não se coaduna com a minha natureza.
Por muito que custe a Carlos Pinto, enquanto se mantiver na política activa terá de conviver com os aplausos de que ele tanto gosta, mas também com as críticas que detesta. É aborrecido, bem sei, mas a democracia é assim mesmo. As eleições legitimam os candidatos, mas não os isentam da crítica nem os divinizam.
Se eu acreditasse em fontes anónimas, diria que a introdução do meu nome no processo foi uma forma de intimidação, uma canalhice da pior espécie para calar a minha opinião. Mas como desconsidero este tipo de informações, vou acreditar que é apenas mais um infeliz episódio num processo onde não se conseguem distinguir muito bem as fronteiras entre a ficção e a realidade.
Por: João Canavilhas
Por: João Canavilhas
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