sexta-feira, junho 30, 2006

Plano estratégico para a Serra da Estrela propõe novos sectores turísticos

Além das tradicionais ofertas turísticas da Serra da Estrela, com base na neve e montanha, o Plano estratégico que define o desenvolvimento da região nos próximos dez anos, apresentado hoje, propõe novas temáticas, como a natureza, gastronomia, saúde e ciência.

O Plano Estratégico de Desenvolvimento Integrado do Turismo na Serra da Estrela (PETUR) foi apresentado hoje em Manteigas pela Universidade da Beira Interior, depois de dois anos de trabalhos de uma equipa coordenada por Pedro Guedes de Carvalho.

Preservar e valorizar o património natural, ambiental, histórico-cultural e apoiar o desenvolvimento rural, assim como desenvolver novos produtos turísticos, são vectores apontados pelo documento.

A melhoria da oferta da qualidade de alojamento e restauração é também evidenciada neste estudo.

"Todas as componentes são importantes: as acessibilidades, a limpeza e a maneira como as pessoas são recebidas. Se todas as pessoas se sentirem como parte integrante do produto, significa que também são importantes na região", sustenta Margarida Vaz, elemento da equipa que elaborou o plano.

"Se toda a região se quer assumir como destino turístico, tem que haver complementaridade nos investimentos", alertou a responsável, admitindo que nada será feito sem o empenho das autarquias, entidades públicas e populações.

Pedro Guedes de Carvalho, admitiu que "o turismo não se faz sem acessibilidades", mas salientou que as auto-estradas A 23 e A 25 respondem às necessidades da região. Contudo, falou na possibilidade de serem construídos três túneis para a travessia da Serra da Estrela.

Se os projectos fossem concretizados, em seu entender, seriam resolvidos vários problemas. "Estaríamos a hora e meia de distância entre Viseu/Guarda/Castelo Branco e eliminava-se muito tráfego feito pela montanha, o que tem custos ambientais", defendeu.

Este ponto mereceu a discordância do autarca de Seia, Eduardo Brito, alegando que não faz sentido apostar em túneis "quando toda a parte de Seia e Gouveia não tem uma ligação digna à A 25". "É um erro estratégico e não pode haver qualquer entendimento nessa base. É preciso considerar que aqueles concelhos [Seia e Gouveia] foram marginalizados durante trinta anos e não são os túneis que resolvem o problema, tanto mais que acredito que não há recursos financeiros para isso", afirmou ao autarca.

Jorge Patrão, presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela, defende a construção dos túneis e de dois Itinerários Complementares - IC6 (Coimbra/Seia/Covilhã e IC7 Venda de Galizes/Gouveia/Celorico) que façam a ligação da Serra da Estrela com a Região Centro. "Quero os túneis porque quero protecção ambiental na Serra da Estrela, mas também quero os IC que são fundamentais para fechar a circular ao maciço central e para ligar a Serra da Estrela à Região Centro".

Já o vice-presidente da Câmara Municipal da Covilhã, João Esgalhado, defendeu a construção de um aeroporto no seu concelho e a criação da zona de jogo da Serra da Estrela, considerada "uma área de diversificação do turismo que deve ser promovida". O PETUR foi encomendado pelas dez Câmaras Municipais - Manteigas, Covilhã, Gouveia, Belmonte, Almeida, Celorico da Beira, Seia, Oliveira do Hospital, Fornos de Algodres e Guarda - que fazem parte da Acção Integrada de Base Territorial (AIBT) da Serra da Estrela.


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