quarta-feira, maio 14, 2008

Câmaras da Covilhã e Castelo Branco em extremos opostos

A Câmara da Covilhã é, em média, a que demora mais tempo a pagar aos fornecedores na Beira Interior. O valor apurado pela Direcção Geral das Autarquias Locais (DGAL) no final do quarto trimestre de 2007 é de 382 dias, o que a coloca em 12º lugar na lista nacional publicada no último dia de Abril por aquele organismo estatal. No topo surge Oliveira de Azeméis, com um prazo médio de pagamento de 671 dias. A média nacional ponderada é de 136 dias.
Na lista nacional faltam 11 municípios que têm informação sujeita a confirmação (entre os quais o Porto) e outros 32 com informação em falta (como Lisboa).
O apuramento foi feito no âmbito do programa “Pagar a Tempo e Horas” lançado pelo Ministério das Finanças. Na região, além da Covilhã, estão acima da média nacional as câmaras de Vila de Rei, com 195 dias, e de Belmonte, com 169 dias, no distrito de Castelo Branco. No distrito da Guarda, Fornos de Algodres lidera com uma demora média de 320 dias para liquidar uma factura, seguida de Trancoso, com 305 dias, e de Seia, com um prazo médio de pagamento de 171 dias.
Aguiar da Beira e Castelo Branco são os municípios que, em média, honram os seus compromissos no prazo mais curto. A autarquia do distrito da Guarda liderada pelo social-democrata Fernando Andrade tem uma demora média de dez dias e a do socialista Joaquim Morão demora 15 dias a satisfazer os seus compromissos.

(...)

Contactado pelo Diário XXI para poder explicar como é que a Câmara tem um prazo médio de pagamento tão alto - 382 dias, ou seja, mais de um ano -, o mais alto da Beira Interior e um dos mais dilatados do País, Carlos Pinto, presidente da autarquia, escusou-se a fazer comentários. “Falem com os nossos fornecedores. Eles não se queixam”, referiu Carlos Pinto, considerando que a autarquia vive uma situação “normal” em termos de finanças.
Recorde-se que a Assembleia Municipal da Covilhã aprovou por maioria, no dia 24 de Abril, a candidatura voluntária do município ao programa “Pagar a Tempo e Horas”. A autorização prevê a contracção de um empréstimo no valor de 2,8 milhões de euros. Na reunião, as dívidas da autarquia a fornecedores não foram reveladas, mas Vítor Reis Silva, deputado municipal da CDU, fez as contas e adiantou que as dívidas a fornecedores, com conta corrente, ultrapassam os quatro milhões e 700 mil euros, ou seja, o valor do empréstimo submetido à aprovação do Ministério das Finanças corresponderá a pouco mais de 50 por cento do total das dívidas. Números que não foram desmentidos por João Esgalhado, vice-presidente da Câmara (Carlos Pinto não esteve presente).


Diário XXI

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