quarta-feira, maio 28, 2008

Presidente e Vereadores muito sensíveis...

Pela terceira vez, Tribunal da Covilhã diz que não há difamação

O Tribunal da Covilhã absolveu ontem cinco dirigentes do PCP da Covilhã do crime de difamação da Câmara Municipal e dos vereadores social-democratas.
"Foi feita justiça", reagiu Jorge Fael, deputado municipal do PCP e um dos arguidos, depois de ouvir a sentença. Aos dirigentes era ainda pedido o pagamento de uma indemnização no valor total de 30.000 euros, sendo 6.000 por cada queixoso, cinco no total. “Onde a política é má, sempre se recorreu à justiça para que esta actue no seu lugar”, referiu o comunista, citando o escritor Pablo Neruda. "E a justiça actuou e bem, porque absolveu-nos de uma acusação injusta e inaceitável, num processo que estava perdido à partida", disse ontem à saída do tribunal.
A acusação, que o dirigente descreve como "uma tentativa de calar, condicionar e intimidar a actividade do PCP", está relacionada com a venda de 49 por cento da Águas da Covilhã (AdC). O PCP contestou a medida com cartazes em que contestava o negócio, usando o termo "negociata", a partir do qual nasceu o processo movido pelos eleitos social-democratas – nenhum compareceu ontem na leitura da sentença.
"Nunca em circunstância alguma o PCP Covilhã quis ofender quem quer que fosse", garantiu Jorge Fael. “Esta decisão é mais uma lição para a Câmara e para a maioria que a governa, uma mensagem clara de que a arrogância, prepotência e autoritarismo, que a caracteriza, tem limites". Contactado pelo Diário XXI, o presidente da Câmara da Covilhã não quis prestar declarações sobre o assunto.

TRÊS QUEIXAS SEM RAZÃO, DIZ A JUSTIÇA
É a terceira vez que a Justiça não dá razão a queixas por difamação desencadeadas pela maioria PSD na Câmara da Covilhã. A 22 de Abril, o Tribunal da Covilhã decidiu não levar a julgamento Bruno Pereira, do Bloco de Esquerda, pronunciado pelo Ministério Público pelo crime de difamação. Em causa, o facto de ter dito que o processo de escolha do parceiro privado na AdC estava “viciado” classificando-o de “marosca pública”.
Uma primeira decisão de não pronuncia do Tribunal da Covilhã tinha sido tomada uma semana antes. Bruno Pereira era acusado de difamação por ter chamado “cobarde” ao presidente da Câmara da Covilhã.

Diário XXI

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