terça-feira, agosto 01, 2006

BOOM FESTIVAL.......kasas de banho e chuveiros ekológikos


Com tecnologia brasileira, as casas de banho e chuveiros ecológicos chegam com a responsabilidade do IPEC (Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado), entidade com oito anos que promove a existência de comunidades capazes de suprir as suas necessidades básicas de forma ecológica, eficiente e com baixo custo.
Segundo os técnicos brasileiros, o sistema funciona adicionando uma determinada quantidade de serradura aos dejectos humanos, que, por acção do sol, são por sua vez transformados em fertilizante orgânico. Em vez de água "que vai ser poluída e desperdiçada na descarga", é adicionada matéria orgânica seca (serradura) aos dejectos humanos. Depois (os dejectos) são deixados ao sol a uma temperatura de cerca de 65 graus, resultando na esterilização de todos os agentes patogénicos" Os dejectos saem dos sanitários directamente para recipientes, onde, "de uma forma natural, o problema é resolvido pela Natureza", afirmam e, quatro meses volvidos, o processo de esterilização e aptidão de uso como fertilizante está concluído e o adubo pronto para ser utilizado nas culturas agrícolas. No recinto do "Boom Festival", situado nas margens da albufeira da barragem Marechal Carmona, estão instalados 18 sanitários que utilizam aquela "tecnologia natural", a qual - garante André Soares - não produz cheiros desagradáveis". "Não tem cheiros ao contrário dos sanitários ’portáteis’ tradicionais que têm muitos inconvenientes. Cheiram muito mal e utilizam químicos e água para limpeza" assegura.
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Outro projecto com origem no IPEC, também em teste no "Boom Festival", diz respeito a chuveiros que permitem poupar água, acoplados a um sistema que reduz significativamente o débito de efluentes para as estações de tratamento de águas residuais (ETAR). No total são 56 chuveiros, instalados numa elevação sobranceira ao recinto do festival, onde a quantidade de água disponibilizada a cada utilizador é reduzida a cinco litros por duche. "Uma válvula regula o fluxo para dez por cento de um duche normal, cinco litros de água por usuário. Consegue-se uma poupança muito grande, embora com 20 mil pessoas a utilizar seja necessário ainda um volume de água significativo", frisa André Soares. À saída dos chuveiros a água passa primeiro por um filtro de sólidos, sendo conduzida, de seguida, por um canal de curvas suaves, com pedras, plantas e raízes diversas, cuja função é ajudar à purificação natural do líquido. Ao longo de cerca de 600 metros, monte abaixo, a água é conduzida até um reservatório, "uma espécie de mini-ETAR", onde o caudal chega diminuto porque se vai evaporando pelo caminho. "Fizemos um teste com um débito de dez mil litros por hora e a água não chega à ETAR de Idanha-a-Nova, evapora-se quase toda" sustenta André Soares.
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