A Associação dos Amigos da Serra da Estrela (ASE) contesta a proposta do ICN de reduzir a área do Parque Natural, que considera um incentivo à «pressão imobiliária». «A partir do momento em que essas áreas saiam do Parque, a pressão imobiliária vai ser maior», disse José Maria Saraiva, o vice-presidente da ASE, que tem sede em Manteigas. «Não acreditamos que haja necessidade de maior expansão urbana», que justifique a alteração dos limites do Parque, referiu. No entender da ASE, «os parques naturais não devem diminuir mas aumentar a sua área e devem ser criados estatutos diferenciados para as várias zonas».A associação ambientalista Quercus também contestou a proposta do ICN de reduzir em onze por cento a área do PNSE, sugerindo a existência de interesses imobiliários nesta medida. «Tememos que, por trás dessa intenção, existam razões ligadas a interesses imobiliários ou ao desenvolvimento de projectos turísticos», disse Hélder Spínola. O Presidente da Associação considerou que «a redução de uma área protegida não é bom sinal», até porque o Parque Natural não pode apenas integrar zonas onde se encontram os habitats mais ameaçados, mas também outras que «sirvam de tampão aos impactos negativos de certas actividades desenvolvidas fora dos seus limites».O Instituto de Conservação da Natureza já admitiu alterar os limites de outras áreas protegidas, à semelhança do proposto para a Serra da Estrela, para que coincidam com a Rede natura.
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Reflorestação das áreas ardidas
A área protegida do PNSE é anualmente afectada pelos incêndios florestais - em 2005 o total da área ardida cifrava-se em cerca de 11 mil hectares. «Ano após ano têm vindo a arder hectares de floresta no Parque Natural sem que se conheça um metro quadrado de reflorestação», critica o Presidente da Câmara Municipal de Seia. A esta observação, o responsável do PNSE responde que após os incêndios de 2003 e 2005 - que atingiram grandes áreas prioritárias - submeteu superiormente «um Plano de Avaliação, Minimização e Recuperação das Áreas Ardidas, que recebeu aprovação, estando já em execução algumas das medidas identificadas». Por outro lado, acrescentou, tem sido feita uma grande aposta em matéria de prevenção de incêndios. Além da melhoria do dispositivo de vigilância e de primeira intervenção, foram estabelecidos protocolos com instituições possuidoras de equipas de sapadores florestais que, ao longo do ano, desenvolvem trabalhos de silvicultura preventiva e acções de redução de combustível.
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