quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Outros Mundiais

Mundiais: as frases que não se esquecem

Benito Mussolini abre uma longa lista de frases para recordar. Escreveu à altura o ditador italiano «vencer ou morrer» num telegrama que chegou aos jogadores em 1938, quando se preparavam para defrontar a Hungria na final.

A Itália venceu e, da parte da Hungria, houve resposta. «Hoje salvei a vida a onze seres humanos», disse o guarda-redes Szabo, no final da partida.

Na final entre Brasil e Uruguai, em 1950, as palavras dos dirigentes uruguaios também não foram muito animadoras. «Já cumpriram o objectivo ao chegarem aqui. Fiquem satisfeitos se sofrerem menos do que cinco golos», disseram. A verdade é que o Uruguai venceu e o presidente da FIFA, Jules Rimet, reconheceu a sua surpresa. «Estava tudo previsto... excepto o triunfo do Uruguai».

Bobby Charlton foi a grande figura do Mundial de 1966 e o sucesso subiu-lhe à cabeça. «Quando o árbitro apitou para o final pensei: Bobby, és o melhor. Somos campeões. Agora, cada dia ao levantar-me, penso que faço parte da história de Inglaterra», contou.

Em 1978, Luis Menotti, técnico da Argentina, voltou-se contra os jornalistas. «Não só não sabem nada de futebol, como se os fechassem sozinhos numa casa não conseguiriam escrever uma carta à mão», afirmou.

Quatro anos mais tarde, Pablo Portas, presidente da Federação Espanhola de Futebol, disse que dava tudo para ver a sua equipa ganhar na edição que teve lugar no país vizinho. «Tudo, tudo! E quando digo isto, refiro-me à minha camisa, ao casaco, à gravata...» Talvez fosse também por isso que os alemães escreveram: «É um caos, mas com gente amável», nos jornais.

Maradona marcou com «a mão de Deus» em 1986 e Bobby Robson, seleccionador inglês em 1990, não se esqueceu do episódio. «Peço ao Maradona que, por favor, jogue com os pés», disse o britânico.

No Mundial de 1994, o russo Oleg Salenko apontou cinco golos e teve de beber quatro cervejas para fazer os controlos anti-doping. Pouco depois disse: «É mais fácil fazer cinco golos do que mijar». Nesse mesmo Mundial, o defesa Andrés Escobar teve o azar de fazer um auto-golo e foi assassinado por esse mesmo motivo pouco tempo depois. Estava longe de imaginar que tal seria possível o jornalista que escreveu num diário colombiano, poucos dias antes: «Que se mantenha o respeito, por favor. Basta, a vida não termina aqui.»

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