segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Messias...?

Quando o pensamento é inconsistente… dá nisto. Algumas contradições, alguns exemplos, não esquecendo os absurdos:

O enganador que nada resolve era uma chalaça, e surgia como impedimento de confusões da tua pessoa com o Líedson… mourinho apelidou-o de enganador, a claque do scp, diz que ele resolve, daí “O enganador que nada resolve”.

Depois dizes:

“Chama-me de mentiroso, apelida-me de enganador, por certo tem-me em consideração, vou respeitar isso. Mas de cada vez que se insurge contra a minha arrogância, note que a sua dialéctica apenas lhe permite, reescrever a doutrina emanada do partido, como se fossem encíclicas papais. Vivem os seus argumentos enclausurados nesse ciclo de tese, antítese e síntese. Pena é que apenas tenha lido a síntese, e se contente com ela...”

Voltas a fazer aquilo que já há muito te havia dito não admitir, ou seja, enveredas pela via da provocação. E fazes isto sempre numa perspectiva de fuga às questões concretas. Não te apelidei de mentiroso, disse que mentias e, esperava que desmentisses o que afirmei. Preferiste, com argumentos inconsistentes, usar e abusar da provocação… a arrogância que te aponto advém do facto de não respeitares aquilo que penso, tendo sido esta a primeira provocação que fizeste. Não me considero detentor de nenhuma verdade absoluta, isso seria uma contradição formal com a dialéctica do pensamento, conceito que me parece não ser dominado por ti.

Continuas na mesma linha (por que raio me tratas por você, se há pelo menos 10 anos, me tuteias e conheces por Porti????):

“Não leve as coisas tão a peito, eu não tenho consideração política por si, nem pelo que escreve, apenas por aquilo que transcreve. A mensagem de que é Portador é que é insidiosa e enganadora, e se se desse ao trabalho de ler para além da dialéctica marxista-estalinista, veria, como o mundo viu nos finais dos anos 80 do séc. XX, que o país com quem o Partido Comunista Português mantinha tão boas relações soçobrou, e expôs paradigmaticamente o inverso daquilo que se presumia defender, os direitos dos oprimidos face ao opressor, e olhe que o Goulag existiu, e o racionamento também, e as deportações, e o anti-semitismo; não queira enveredar pela senda dos revisionistas do Nacional Socialismo.”

Explica lá isto da “dialéctica marxista-estalinista”… aquilo que aconteceu no período de Estaline foi a cristalização de dogmas, mas se vês alguma dialéctica, explica-a. Se releres o meu último post, vês que não há nenhuma negação da existência dos goulags, antes que, há 50 anos atrás, já a crítica havia sido feita… em relação ao anti-semitismo essa seria, por si só uma discussão. Mas tem em atenção os factos que levaram à criação do Estado de Israel e os anseios que a maioria tinha de ir viver para os EUA…

“Também em Portugal chegou a haver racionamentos, e indivíduos saneados de cargos públicos (eram todos fascistas ou simplesmente não comunistas o suficiente?), o PREC existiu! Digo-lhe eu - digo 25 de Novembro de 1975 sempre, Totalitarismos nunca, mas nunca mais mesmo!”

Em Portugal chegou a haver fome, ainda antes dos racionamentos!!!! E indivíduos com responsabilidades políticas na PIDE a serem condecorados, bem depois do 25 de Abril. Essa abnegação em relação ao 25 de Novembro não entra em contradição com aquela do “absurdo é fingir que um Governo, ou uma Assembleia, ainda tem poder/independência para determinar políticas económicas/sociais no nosso país (deve Portugal abandonar a U.E.?). (…) O absurdo continua ad infinitum, e a incapacidade para conciliar essas duas realidades, a do país que temos e a do país que nos prometem, substancia a minha irredutível descrença na mensagem populista dos partidos políticos.”????

Os combatentes do Ultramar do exército português no ultramar não lutaram pela liberdade, infelizmente… foi uma guerra injusta contra o direito dos povos africanos serem independentes… há uns dias atrás pensava que esta seria uma ideia que ambos partilhávamos, mas depois disto… no caso concreto não tenho dúvidas em dizer que a cooperação internacional com esses povos tem muito mais cabimento que a nossa intervenção…
Depois voltas a mostrar desconhecimento profundo sobre o que era ser comunista no tempo do fascismo e das decisões dos comunistas em relação à guerra… no primeiro caso é, de todo, ofensivo. No segundo é o desconhecimento…

“Mais lhe digo, quando fala em combatentes da liberdade, quando é que fala nos combatentes do Ultramar, a gente humilde e trabalhadora à qual partiram a vida ao meio, prefere defender os Cubanos de Luanda, ou as negociatas PAIGC/URSS ali tão perto do Tarrafal que citou? Foram mais de dez mil que morreram por uma pátria, espero que não me diga que não era a sua “Selecção” que estava a jogar, mas a de um país fascista qualquer ao qual é alheio. É que nem todos puderam dar o salto, ou viajar e ser recebidos como Heróis no País dos Sovietes. Para a maioria o exílio não foi “dourado” em Paris, mas “bronzeado” em África. E não eram só comunistas; muitos, a maior parte nem eram políticos, nem tinham nada que ver com a Política.”

Acabas com:
“O homem é um fim em sí mesmo, e não um meio para…”, mas não é do homem que falo, mas da Humanidade, nas condições que todo o Homem tem direito, no direito a viver com direitos… e o Homem, esse ser maravilhoso, tem a capacidade única de transformar o real, a força imensa de revolucionar o quotidiano.

Este “debate” está terminado, pelo que a mim me diz respeito. Acho que não consegui alterar uma única ideia tua “k. não muda de ideias, pensa”. Mas espero que outros, que se tenham dado ao trabalho de ler estas linhas compreendam um pouco melhor o que é este projecto, desmistificando alguns preconceitos que, sem desconsideração por aquilo que pensas, outros expressaram todos os dias. Como dizia num post, numa altura em que as contradições do sistema capitalista vêm ao de cima, interessa descredibilizar o projecto que aponta para uma ruptura democrática com o actual estado de coisas!
A resignação não é o caminho e que a história nos mostra que, com a luta, outro mundo não só é possível, como se vai concretizar!

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