segunda-feira, fevereiro 20, 2006
Liberdade de expressão
Tenho reparado que ao emitir qualquer opinião num sentido eminentemente político ou filosófico é quase sempre tomado como um ataque pessoal, como se, aqueles que se sentem de alguma forma ofendidos, fizessem parte de uma ampla família que pudesse ter uma vida interna própria e secreta, ou de conteúdo inviolável. Quando aquilo que se trata são questões públicas. Ou serão questões pessoais?
Não ponho em causa a tendência gregária do indivíduo, seja por mimetização, identificação ou mesmo solidão; o facto de querer fazer parte de um grupo, partilhar uma ideologia, seja ela política, filosófica ou religiosa é legitima, e desejável no sentido em que poupa muito tempo às cabeças que julgam uma perda de tempo e dispêndio desnecessário de energia pensarem por elas próprias. Agora impor isso aos outros?..
Eu acho que todos devemos saber de tudo, e o mais possível! Cada certeza que temos é concerteza uma mentira. Boa ou má dependerá sempre do ponto de vista.
De modo que, por cada vez que sentencio uma frase com um ponto final, logo em seguida a próxima deverá findar com um ponto de interrogação. Não fora assim, este texto seria uma mentira, e quantos de nós estão dispostos a assumir que vivem numa mentira?
Quando escrevo, escrevo em nome próprio e com destinatários bem definidos; escrevo ideias para as ideias, interrogações para os dogmas e dúvidas para os iluminados. Como a maior parte ou não mexe ou está morta, respondem-me as pessoas. Sabem essas pessoas que respondem em nome de alguém, ou de alguma ideia?
Não queria terminar sem antes referir a importância que o post do máfia CIA-Undercover teve na redacção desta opinião, de facto é importante não confundir o âmbito pessoal e emocional, com o ideológico e político, debate não é combate. Contra que ideias combatem as tuas ideias?
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