O plano de trabalhos da selecção portuguesa de futebol para o Mundial de 2010 da África do Sul inclui um pré-estágio entre 13 e 17 de Maio, na Covilhã, além de três jogos de preparação. O anúncio foi feito na passada semana pela Federação Portuguesa de Futebol, numa conferência de imprensa em que Carlos Queiroz falou dos jogadores, das observações que está a efectuar e do estágio a realizar na cidade serrana.
De acordo com informação prestada pelo site federativo, os dois primeiros jogos de preparação disputam-se na Covilhã, no dia 24 de Maio frente a Cabo Verde e no dia 1 de Junho frente aos Camarões, enquanto o último é já em Joanesburgo, no dia 8 de Junho, frente a Moçambique. "A elaboração do plano foi mais uma etapa. A definição de um pré-estágio e de um estágio final tem a ver com a realidade que vamos enfrentar. Não vamos poder ter todos os jogadores ao mesmo tempo, já que uns chegam a 13 de Maio e outros a 19/20, pelo que tivemos de elaborar este esquema", disse Carlos Queiroz, seleccionador português, ao site da Federação. Ou seja, há uma primeira concentração de jogadores, no início de Maio, e os restantes juntar-se-ão aos colegas no decorrer desse mês, para o estágio final na Covilhã.
Em relação ao estágio, Carlos Queiroz refere que a Covilhã é a região que tem as condições técnicas mais próximas do que Portugal vai enfrentar quando estiver a competir na África do Sul. "A altitude da Covilhã não tem efeitos prejudiciais ao nível do treino. As condições físicas vão proporcionar condições idênticas às que poderemos encontrar mais tarde na prova. Além disso, na Europa estaremos no Verão e na África do Sul estará um clima mais invernoso, mas as condições de altitude eram as que preocupavam mais", sublinha o técnico.
A partida para a África do Sul, onde Portugal disputará o Mundial de futebol integrado no grupo G, juntamente com Brasil, Costa do Marfim e Coreia do Norte, está agendada para 5 de Junho.
Viver em altitude e jogar mais abaixo
A escolha da Covilhã por parte da Federação assentou também no princípio que rege os estágios em altitude. Em que a regra é, normalmente, viver em altitude e treinar ou jogar mais abaixo.
Essa explicação já foi dada pelo médico da selecção, Henrique Jones, que lembra que na Covilhã a equipa irá dormir a cerca de mil e 600 metros (jogadores dormem na Serra) e treinar nos 600 metros (sessões vão decorrer no Complexo Desportivo). “Passamos grande parte do tempo perto dos mil e 800 metros e treinamos e jogamos por volta dos mil metros, ou mesmo a nível do mar, como é o caso dos primeiros jogos na África do Sul” diz Henrique Jones à Lusa. O médico diz que as vantagens de treinar em altitude têm a ver, sobretudo, com “a melhor adaptação cardio-respiratória e metabólica e consequente melhor resposta a situações de diminuição da pressão parcial do oxigénio que se verifica a média altitude, como é o caso”. Jones afirma que os efeitos directos no rendimento dos atletas poderão ser a “maior facilidade na componente aeróbica do treino e competição, melhor aclimatização em termos de temperatura e humidade, maior adaptação sanguínea e consequente melhor aporte na oxigenação muscular e no processo de controlo cardio-respiratório”.
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