quarta-feira, dezembro 07, 2005

Orgia

Orgia é o nome da peça. A peça usa o sexo, as relações sexuais para retratar uma sociedade. A sociedade é a nossa, com muitos a aspirar e aparentar aquilo que não são!

Nada mau, nos tempos que correm ver uma tão voraz crítica à “pequena burguesia”, assim tratada e espelhada. Aqueles que assistiam à peça sentavam-se ao longo de uma passerelle, não mais de trinta, quinze de cada lado! Entre eles, a maioria eram o “alvo” da representação! Que gozo ver como os rostos se transformavam com o decorrer da “orgia”, como se escandalizavam, como só baterem palmas, poucas, quando a luz sobre nós se acendeu!

Claro que a peça não mostrava como se realizam os processos que levam a este disfarce da larga maioria… mas desmascarava os hábitos, as pretensões.

Coisa rara nos tempos que correm, “Orgia” merece ser vista, reflectida. Como todo o acto humano é politizada! Nem de longe partidarista!

Choca com laisses faire dos tempos actuais, acaba como começa, com o suicido!

O assumir de uma condição, a noção que a ela pertencemos é a primeira tomada de consciência social, essencial para transformar a realidade. Isto é político, como também o é a não tomada de consciência, o aparentar aquilo que não se é. Daí que dizer que não se acredita na política, nos políticos é o melhor caminho para deixar tudo como está. E isto é político. Ao invés do suicídio, o outro caminho é o da luta!!!

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