terça-feira, agosto 21, 2007

Recordar é Viver #14

Após algumas semanas de paragem voltamos hoje à secção recordar é Viver, desta vez relembrando uma obra divina que teima em não estar concluída. Falamos da Igreja da Estação, uma igreja única no país com estacionamento subterrâneo e tudo. Em março de 2002 foi lançada a primeira pedra e passados pouco mais de 5 anos, a "moderna " Igreja ainda se encontra por concluir, como que à espera de algum milagre...

"Ao longo dos anos, as chaminés das fábricas e as torres das igrejas partilharam, na Covilhã, uma harmoniosa paz. Hoje, a realidade é outra. É importante que caminhem à luz do novo mundo e a nova igreja da cidade quer ser essa luz". As palavras emocionadas do bispo da Guarda, D, António dos Santos, serviram de mote ao lançamento da primeira pedra da futura Igreja da Santíssima Trindade. Uma cerimónia a que assistiram largas dezenas de populares, várias entidades públicas covilhanenses, bem como o arquitecto responsável pelo projecto, Laia Rodrigues, e membros da Comissão Fabriqueira, e que decorreu no sábado, 2.
O novo templo da cidade, a erguer na zona da Estação, em frente à rotunda do Tribunal, pretende ser um marco importante no âmbito da cultura e formação das pessoas. Para D. António dos Santos, que, na intervenção que precedeu a bênção do espaço, fez questão de lembrar os nomes de todos os que, ao longo dos anos, "lutaram pela edificação do espaço", com destaque para o padre José Baptista (ver caixa), "é necessário agora que todos copiem o amor que existe entre os elementos da Santíssima Trindade", de forma a valorizar realmente o nome escolhido. O presidente da Câmara Municipal, Carlos Pinto, por sua vez, recordou a importância das igrejas na cidade e na vivência dos seus habitantes e sublinhou: "Nesta área urbana, em pleno desenvolvimento, é imprescindível que surja uma obra destas".

A nova igreja, com 700 metros quadrados, assenta sobre um espaço subterrâneo para estacionamento de automóveis e tem capacidade para 750 lugares sentados. A capela lateral acolhe mais 50 pessoas. Fazem ainda parte da estrutura uma sacristia, cartório paroquial, secretaria, arquivo, duas salas de acolhimento e duas capelas mortuárias. Num piso inferior há lugar para uma sala de reuniões, salão de festas, copa de apoio, bar, salão polivalente e quatro salas de catequese. A obra deve ser inaugurada em 2003 e o investimento ascende a um milhão e 320 mil euros, comparticipados em meio milhão pela Direcção Geral do Ordenamento do Território e em 150 mil euros pela autarquia. Uma novidade avançada por Carlos Pinto durante a cerimónia.

Urbi et Orbi


2 anos depois...

Construção da nova Igreja da Estação deve arrancar dentro de dois meses

Os trabalhos para a construção da nova Igreja da Estação deverão começar dentro dos próximos 60 dias. Assim assegurou Carlos Pinto na reunião do executivo, da última sexta-feira, 6. De acordo com o autarca, estão criadas todas as condições para que o projecto arranque para que “rapidamente se retome aquela obra”. Estando já refeito e reformulado, Pinto revela que o projecto “é completamente novo, distinto”.
A igreja, que antigamente tinha lotação para cerca de 750 lugares sentados, fica agora com uma capacidade mais reduzida. “Chegámos à conclusão que uma igreja de 750 pessoas, estava sempre vazia mesmo que estivessem 300 a assistir à missa”, sendo que, considera, “para aquele bairro, era uma capacidade excessiva”. Deste modo, a igreja fica, então, com cerca de 300 a 350 lugares, não deixando por isso de ter todos os serviços. “ O silo-auto fica por baixo e a igreja vai ficar mais estilizada relativamente à zona da estação e aos prédios envolventes”, adianta, orgulhoso, o edil.
De acordo com Carlos Pinto, a construção da nova igreja está já nos termos do acordo estabelecido entre a fábrica da igreja e o empreiteiro. Uma construção que vai ser executada, como afirma o edil, “daquilo que faltava ainda executar do próprio contrato”. Ou seja, o subsídio que a autarquia tinha prometido vai “custear o novo projecto patrocinado pela Câmara”. “Tinha prometido, quando se lançou a primeira pedra, um apoio de 30 mil contos”, diz o autarca, acrescentando que “esse valor vai chegar e sobrar para estas operações do projecto e da demolição dos cuidados, ficando algum para a própria obra”. Ainda segundo declarações proferidas, o presidente frisa que “a redução de 750 para 350 lugares permite que o diferencial que não está embarcado dê para acabar a obra”.
Convicto de que esta é uma obra já há muito necessária porque “já não serve hoje a população da zona nova da cidade”, o edil assegura que, depois de construída, a igreja vai ficar “bonita, moderna e adequada”.
O presidente prepara-se agora para seguir a minuta do protocolo para mais tarde assinar com a fábrica da igreja e o empreiteiro. A assinatura do protocolo está prevista para o próximo dia 19, quinta-feira, às 15 horas na Câmara Municipal.

Urbi et orbi

De 750 lugares passou para 350, porque passados dois anos o divino Carlos Pinto chegou à conclusão que 750 eram muitos e os 30 mil contos que até tinha prometido davam para reformular o projecto e efectuar demolições... Haja dinheiro para desperdiçar! Aliás, outra coisa que me faz confusão é porque é que o Estado e autarquias financiam a construção de Igrejas... Será que a Igreja Católica não tem dinheiro para isso?

Amén!

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