quinta-feira, janeiro 04, 2007

A última morada




10.30 da manhã, 11 graus centígrados.

Precipito-me no semanal percurso pedestre, pelas veredas do parque natural da Serra da Estrela, (algures entre o circuito de manutenção e o pião).

Para variar, a chuva fez hoje um pacto com os deuses, numa espécie de coitu interruptus. O sol irradia luz por entre o cromatismo da paisagem. Predomina um verde mesclado de castanho, com tonalidades para todos os gostos. Uma harmonia breve, invade a quietude da encosta, enquanto a câmara fotográfica, aqui e ali, capta o silêncio dos instantes.

De repente, uma leve impressão no arvoredo, põe a nu, um belo exemplar telúrico, qual fraga torguiana. Uma espécie vegetal desconhecida do universo botânico? Talvez.

Estava ali, sem mais nem menos, sim senhor, exposto à voragem de vermes intemporais (há pelo menos vinte anos) aquele que, por-certo-foi-um-dia, o prolongamento fálico do seu dono.

Que descanse em paz.Amém

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