terça-feira, novembro 27, 2007

Mergulhadores retiraram lixo da Lagoa Comprida

A Lagoa Comprida acolheu, pela primeira vez, uma acção de limpeza subaquática na Serra da Estrela. Acompanhados por “trutas curiosas”, os mergulhadores recolheram cerca de seis quilos de lixo.

A acção teve lugar no passado fim-de-semana, na maior lagoa da serra - a Comprida. Foi, de facto, uma iniciativa inédita praticada por nove mergulhadores, liderados por Francisco Borges e Fernando Cardoso com o apoio da MergulhOceano e Casas da Ribeira.
Foram realizados dois mergulhos, um no sábado e outro no domingo, com a duração total de 50 minutos, à profundidade de 15,4 metros. Os mergulhadores revelaram que, até cinco metros, a visibilidade na lagoa era “excelente”. Foram acompanhados no mergulho “por várias trutas curiosas” e conseguiram uma recolha de lixo de cerca de seis quilogramas. Encontraram no fundo da lagoa garrafas, latas e sacos de plástico.
“Foi com muita satisfação que reparámos que a Lagoa Comprida goza de excelente saúde”, adiantaram. Asseguram ainda que a água da lagoa “é de boa qualidade, com muita quantidade de vida (peixes) e muito pouco lixo”.
Por iniciativa empresarial da então EHESE - Empresa Hidroeléctrica da Serra da Estrela, com sede em Seia e que explorou as potencialidades hidroeléctricas da serra, até à nacionalização, a Lagoa Comprida foi aproveitada, desde o início do século, para a produção de electricidade, tendo o seu paredão conhecido múltiplos alteamentos para aumento de capacidade. A barragem foi construída no local onde, antes, se situava um antigo glaciar, com cerca de um quilómetro de extensão.
Aproveitando o covão, iniciou-se em 1912 a construção da infra-estrutura. Em 1914 tinha uma altura de seis metros e, em 1934, atingia os 15 metros. Actualmente, desde 1965, tem uma altura de 28 metros. É uma barragem do tipo gravidade, formada por três arcos de alvenaria de granito com 1.200 metros de desenvolvimento. A albufeira tem a capacidade de cerca de 12 milhões de m3 de água, e inunda uma área de 800 mil m2. Aí desaguam dois túneis: o do Covão do Meio, com 2354 metros que desvia a água das encostas da Torre e o do Covão dos Conchos com 1519 metros que desvia as águas da Ribeira das Naves.
In "as Beiras"

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