quinta-feira, janeiro 12, 2006

Fábrica da Covilhã

Perto de uma centena de ex-trabalhadores da fábrica de lanifícios Nova Penteação, na Covilhã (agora designada de Tessimax), voltaram a manifestar-se sexta-feira junto à empresa, reivindicando o pagamento de 750 mil euros em indemnizações. O protesto decorreu durante um plenário sindical, que teve de se realizar na rua, uma vez que a administração não disponibilizou as instalações.
O processo, noticiou a agência Lusa, foi desencadeado depois de o proprietário, Paulo de Oliveira, que em 2003 adquiriu a fábrica através de trespasse, recusar um acordo apresentado pelo empresário Rui Cardoso, que interpôs um recurso contra o negócio.
Em comunicado, na semana anterior, Paulo de Oliveira reafirmara que a situação impede o trânsito em julgado do trespasse, o que justificaria que falte pagar 25 por cento dos créditos dos trabalhadores, responsabilizando por isso o recorrente.
No entanto, durante o protesto de dia 6, o presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa acusou Paulo de Oliveira de não querer pagar as indemnizações, «senão negociava a proposta de Rui Cardoso, em vez de a expor publicamente». Luís Garra notou ainda que, «apesar dos recursos judiciais, a fábrica está a trabalhar e está a dar lucros», não havendo razões para não serem pagos os créditos a cerca de 300 ex-trabalhadores.
O sindicalista acusou ainda Rui Cardoso de apresentar a Paulo Oliveira uma proposta em que «pede este mundo e os cangalhos», incluindo até questões externas ao negócio da Nova Penteação.
No entanto, independentemente das questões legais, Luís Garra salientou que constitui uma grave injustiça o facto de as indemnizações continuarem por pagar há mais de dois anos.
Nova concentração ficou marcada para dia 19 de Janeiro, junto a outra unidade industrial do grupo Paulo de Oliveira, na Boidobra (Covilhã).

In: Jornal Avante

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