terça-feira, janeiro 10, 2006

A campanha de desinformação é mirabolante. Soares é prepotente, é malcriado, mas talvez seja autêntico. Foi Primeiro-ministro num período muito conturbado do pós 25 de Abril em que as manifestações, as greves eram intermináveis e com uma força que o Sr. Professor, tão defendido pelo amigo Coelho, por via de jornalistas com espírito asinino que ou não têm mais de 20 anos e passaram a infância a jogar Nintendo ou então são facciosos e mentiros, com todas as letras... Eu passei parte da minha infância em campanhas eleitorais, a fazer cola e a colar cartazes, em caravanas que quando se cruzavam com outras a coisa muitas vezes corria mal... era uma democracia mais vivida porque era menos certa, as coisas estavam a decidir-se nessa altura e nada era dado como adquirido. Por outro lado, o Professor das poucas vezes que se defrontou com manifestações de carácter tão massivo como nessa altura, e quando isso aconteceu, os resultados foram desastrosos. O meu amigo não será concerteza dos tempos das manifestações contra a PGA, as com cargas policiais, eu estive lá, e a forma de lidar com os manifestantes do Professor ou dos seus ministros foi memorável. E absurda. Nada que se compare com uma irritação com um juiz quando voluntariamente não se apresenta queixa. Nesses tempos tão conturbados, em que apareceu o conceito de Presidências Abertas como forma de dar voz às preocupações das minorias, o PR mandou um agente da autoridade dar uma volta, duas ou três porque a sua presença inibia o contacto directo com a população. Mário Soares nunca teve necessidade de segurança, como hoje, porque não tem que se esconder de nada nem de ninguém-terá feito erros assume-os e não tendo segurança corre o risco de o interpelarem a esse respeito. Isto é democracia! Não quero sequer falar dos tiros na Ponte 25 de Abril porque aí caro amigo Coelho não haverá argumento teu ou de qualquer jornalista que me demova, nem tão pouco alguém o tentará justificar, com excepção do Luis Delgado ou talvez o António Marinho... A democracia nasce muito devido à prepotência, pesporrência, malcriação e arrogância de Mário Soares. O patriota Cavaco é tão patriota que raramente se ouviu falar nos últimos dez anos a respeito dos problemas de Portugal e do mundo, esqueceu-se de Portugal e tentou que as pessoas o esquecessem porque lembrando-o muito poucos votariam nele. O esquema está tão bem montado que ainda não se falou da sua célebre 'nunca me engano e raramente tenho dúvidas', mas se fosse a gafe do Guterres haveríamos de andar a ouvi-la dia sim dia sim. Jornalismo de referência à portuguesa, imparcial. Termino dizendo o que já disse aqui uma vez: eu não formo a minha opinião a respeito de Cavaco baseado naquilo que hoje querem fazer passar dele, eu vivi Cavaco como primeiro ministro, NÃO ME VENHAM DIZER QUE SOARES É ARROGANTE!!!!!!!

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