sexta-feira, abril 21, 2006

Maternidades geram contradições

Com o Fundão ausente, dez representantes dos onze municípios do distrito de Castelo Branco contestaram “em coro” o encerramento das maternidades dos hospitais da Covilhã e de Castelo Branco. Foi durante uma reunião com Fernando Regateiro, presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), realizada no Governo Civil de Castelo Branco.
À porta fechada, ao longo de várias horas, presidentes e vereadores esgrimiram argumentos com o presidente da ARSC contestando as intenções do Governo de encerrar maternidades com base em critérios técnicos. Em declarações aos jornalistas, à medida que foram saindo, os autarcas revelavam posições divergentes a roçar o contraditório sobre o que foi dito por Fernando Regateiro durante a reunião.
“Houve uma total oposição ao encerramento das maternidade" que servem os hospitais da Covilhã e de Castelo Branco afirmou José Marques. O presidente da Câmara de Oleiros disse ainda ter ficado com a ideia de que dos três blocos de partos da Beira Interior (Guarda, Covilhã e Castelo Branco) dois serão para manter. "A ideia com que eu fiquei é que os presidentes dos conselhos de administração das unidades vão ter de se entender de maneira que das três (maternidades) vão ficar duas. Não posso adiantar mais do que isso".
Já João Paulo Catarino, presidente da Câmara de Proença-a-Nova, atribuiu a Fernando Regateiro a afirmação de que "o ideal seria haver uma" maternidade. "As parturientes continuam a entrar nos três sítios mas só uma das unidades realiza os partos", disse.

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A Covilhã assiste amanhã à primeira manifestação pública de protesto contra o enceramento da maternidade do Hospital Pêro da Covilhã. A acção foi convocada pela Câmara local e começa às 15h00, na Praça do Município. “A população tem que se juntar, para dar um sinal claro ao Governo, de que a Covilhã não aceita ter um hospital universitário sem maternidade”, referiu o autarca, na reunião do executivo municipal de 7 de Abril, onde foi decidido apoiar a acção, com votos a favor da maioria PSD, sendo que dos dois vereadores do PS, um votou contra e outro absteve-se.
A União de Sindicatos de Castelo Branco (USCB/CGTP) anunciou mais tarde que iria aderi à manifestação a realizar na Covilhã, em defesa da maternidade da cidade. Também o presidente da Câmara do Fundão, Manuel Frexes, apelou à participação na manifestação de amanhã. O Hospital Pêro da Covilhã integra o Centro Hospitalar que serve este concelho da Cova da Beira.

in Diário XXI

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