A inércia que tem marcado ao longo de décadas a nossa região em termos turísticos, tem sido um erro crasso para as gerações vindouras.
Podem dizer-me que temos hotéis, que temos alojamento, que temos Neve, mas falta uma estratégia de turismo na verdadeira acepção da palavra.
O turista do século XXI não quer apenas ver neve, quer cultura, quer história, quer museus, quer tradição, quer lazer, quer diversão (e porque não um casino?!...), quer qualidade e bons serviços.
Ninguém consegue ver a Serra da Estrela dividida em três distritos, não se sabe em quantos concelhos (uns dizem que são outros não), além de uma gestão administrativa com diversas forças em competição estúpida.
O turismo de Natureza e Cultural, será o desígnio da região, contrariamente a alguns arautos que continuam a apregoar o passado da neve com a única salvação, mesmo esta sendo efémera, não suportará a incompetência de atendimento, informações ou serviços.
O Cliente que traz riqueza, nacional ou estrangeiro, quer descobrir as nossas aldeias, as nossas gentes, as nossas coisas simples, que muitos por estas bandas tendem a esconder com vergonha de pensarem que se é provinciano. Não percebo o receio, porque esta província e região, é das mais ricas e belas da Península Ibérica.
Temos aqui um monte de barro de qualidade, um diamante em bruto, mas que só será obra de arte se for moldado para tal.
A força da Serra da Estrela passa por uma política de diversificação de mercados e nada me leva a opor a festivais, cartazes culturais de qualidade ou museus de cariz nacional e internacional. Claro que a gastronomia é importante, claro que a música, as festas dão brilho, etc são interessantíssimos pilares turísticos, mas só tudo em harmonia prefeita, com uma programação sem choques e sobreposições, como acontece regularmente nestes nossos concelhos, poderá existir uma valorização de cada uma das áreas.
Fazem falta, postos de informação e que funcionem mesmo, não são quiosques com estagiários municipais, são guias que se precisam, são informações claras precisas de quem conhece e sabe do que fala, sem favorecer este ou aquele amigo que tem um restaurante ou uma residencial, porque o turista quer e merece muito mais.
O mundo mudou, mesmo. A Covilhã, Fundão, Belmonte e Penamacor podem ser exemplos de alavancas de desenvolvimento e criadores de emprego com um turismo que não seja dependente de interesses algarvios ou minhotos.
As receitas do iva de restaurantes, hotéis e outros ligados ao turismo entram para os municípios. Existem receitas avultadas que se podem captar e fazer girar com o lazer e a cultura, muito mais do que se pensa. Aliás é curioso que o PIB da Cultura é superior ao do Futebol em Portugal.
Olhemos para Andorra, olhemos para outros nichos de mercados turísticos alternativos em África ou noutros continentes.
Veja-se como tudo pode florescer e desbordar se houver vontade, gente e saber com conhecimento e modernidade, não esquecendo a memória e o passado, mas inovando para o futuro...
A Serra da Estrela é que vende. Tudo o resto gira em volta da mesma. Mas os conceitos de venda que falo, são bem diferentes dos que defende o governo.
Castelo Branco mira o cimo da Serra, tal como o Fundão. Também nos Açores quem quer ver o Pico, fica no Faial. Tudo e todos podem funcionar. Basta boa vontade, mas acima de tudo gente capaz, certeira e audaz, como os descobridores que destas terras partiram para dar nova vida ao mundo.
Diria que a Serra da Estrela, tem granito e tem floresta, mas avante para deitarmos a mão ao trabalho, porque é o que nos resta, se não o desafio acabou, pois a destruição já há muito começou cá na zona em muitas vertentes, é só estar atento.
Merecemos mais e melhor. E temos.
A ver vamos o que se faz ou não!
2 comentários:
Quem é que encomendou o sermão a este?
Faz o frete ao dr. Freches ou já se anda a abalançar para a agência de turismo do dr. Pinto?
bruxo....lol
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