De pequenas e grandes coisas a cidade se vai aculturando e, umas vezes conscientemente outras vezes não, o público vai aparecendo e correspondendo às iniciativas e apontamentos que aqui e ali se vão produzindo quer pela autarquia, quer pelas associações culturais da cidade.
Importa antes de mais esclarecer que a análise das questões culturais na cidade da Covilhã deve distanciar-se, substancialmente, de questões meramente politiqueiras. De este ou aquele ser ou não contra as políticas da câmara, deste ou daquele ser crítico ou “vassalo”…
A análise dos apontamentos culturais que se produzem não carece das subjectividades da esquerda ou da direita ou do que for, porque o ponto de vista certo nestas questões é precisamente o ponto de vista equitativo e que analisa os eventos culturais precisamente como eventos culturais, rejeitando por isso a crítica só pela crítica e o radicalismo excessivo (embora este termo seja relativo) de quem analisa a cultura pela questão meramente político – partidária.
Importa antes de mais esclarecer que a análise das questões culturais na cidade da Covilhã deve distanciar-se, substancialmente, de questões meramente politiqueiras. De este ou aquele ser ou não contra as políticas da câmara, deste ou daquele ser crítico ou “vassalo”…
A análise dos apontamentos culturais que se produzem não carece das subjectividades da esquerda ou da direita ou do que for, porque o ponto de vista certo nestas questões é precisamente o ponto de vista equitativo e que analisa os eventos culturais precisamente como eventos culturais, rejeitando por isso a crítica só pela crítica e o radicalismo excessivo (embora este termo seja relativo) de quem analisa a cultura pela questão meramente político – partidária.
É esse o distanciamento necessário para uma avaliação justa do que por cá se faz. E, neste aspecto, quero esta semana pensar três acções culturais que na minha óptica merecem ser analisadas: a iniciativa “Noites no museu”, a peça de teatro “A Neve” e o concerto da orquestra barroca da ESART no Teatro Cine.
Soube pela imprensa que na Quinta-Feira, dia 14, ia começar um projecto promovido pela Câmara chamado “Noites no museu”. Fez-me logo lembrar a estranha produção do Shawn Levy. Mas feliz ou infelizmente, o Museu de Arte e Cultura na Covilhã não tem fosseis de dinossauros mas peças de arte históricas do concelho. O Museu de Arte e Cultura é desde logo uma grande obra arquitectónica que conseguiu preservar um antigo edifício da cidade e transforma-lo num espaço de cultura integrado no centro. Esta é uma experiência que sem dúvida deu grandes frutos e seria bom que houvesse mais como ela. Visitei a sua exposição permanente – PATRIMONIVS, há uns meses como uma amiga minha num sábado que se avizinha rotineiro. Ficamos surpreendidos com a grandeza do museu em todos os níveis.
Lá fui, naquela quinta-feira gélida assistir ao espectáculo que a escola de talentos da Banda da Covilhã preparou no Museu. Conversava sobre o cinzentismo de Saramago e Lobo Antunes com Manuel da Silva Ramos a propósito da reportagem que tinha saído nessa quinta no “Jornal de Letras” sobre o humorismo na literatura quando fomos surpreendidos por uma simpática jovem que apresentou o espectáculo. Achei o espectáculo muito interessante não pela complexidade das músicas apresentadas mas pelo esforço e trabalho que os miúdos da Banda da Covilhã demonstraram. Sorrisos espontâneos, nervosismo, brancas, mas acima de tudo muito talento, esforço e dedicação. Afinal de contas nessa noite as cerca de trinta pessoas presentes viram o museu depois do espectáculo e isso pareceu-me muito positivo. Promover apontamentos culturais ao mesmo tempo que se promove o Museu parece-me algo no mínimo interessante. E se o público for aparecendo nas próximas parece-me que esta iniciativa pode ser um sucesso a custos reduzidos.
Após esta iniciativa interessante, a autarquia peca logo a seguir. No dia seguinte, sexta-feira, dia 15, houve um concerto pela Orquestra Barroca da ESART no Teatro Cine e a promoção da autarquia foi nula (nem sequer uma frase da agenda cultural), talvez por a organização não ser dela. Ninguém sabia do concerto. E aqui parece-me que também falha a imprensa. Eu próprio quando soube do concerto já tinha outras coisas combinadas o que me impossibilitou de estar. Um amigo meu esteve lá e disse que estavam vinte, trinta pessoas. Acho vergonhoso que não se tenha feito uma promoção séria do concerto e que os músicos viessem à Covilhã para tocar para tão poucas pessoas. No mínimo coerência…
Por último parece-me inevitável uma referência à peça que está a sair de cena no Teatro das Beiras. Partindo de cinco contos de Virgílio Ferreira o Teatro das Beiras fez uma construção teatral impar. Mais uma vez a estrela da companhia (pelo menos na minha opinião) Sónia Botelho volta a surpreender. Depois de uma personagem mais dramática e titubeante vem agora abrilhantar o espectáculo com uma personagem decidida, psicologicamente forte (que muitos homens certamente temeriam) e muito, muito divertida. Sónia Botelho tem assumido um papel de grande destaque no conjunto de actores do Teatro das Beiras, é sempre um prazer vê-la em palco.
A peça esta muito boa, porque além de pegar em cinco contos com um bom enredo, José Carretas consegue estabelecer entre as peças um nexo lógico fantástico que tornou a própria absorção da história pelo público ainda mais forte e intensa. Foi, em meu ver, uma aposta ganha porque além de uma peça de teatro aliciante promoveu-se um autor de renome na literatura portuguesa.
Evoluímos numas frentes, regredimos noutras… Falta ainda quebrar muito preconceito. Ate já.
Soube pela imprensa que na Quinta-Feira, dia 14, ia começar um projecto promovido pela Câmara chamado “Noites no museu”. Fez-me logo lembrar a estranha produção do Shawn Levy. Mas feliz ou infelizmente, o Museu de Arte e Cultura na Covilhã não tem fosseis de dinossauros mas peças de arte históricas do concelho. O Museu de Arte e Cultura é desde logo uma grande obra arquitectónica que conseguiu preservar um antigo edifício da cidade e transforma-lo num espaço de cultura integrado no centro. Esta é uma experiência que sem dúvida deu grandes frutos e seria bom que houvesse mais como ela. Visitei a sua exposição permanente – PATRIMONIVS, há uns meses como uma amiga minha num sábado que se avizinha rotineiro. Ficamos surpreendidos com a grandeza do museu em todos os níveis.
Lá fui, naquela quinta-feira gélida assistir ao espectáculo que a escola de talentos da Banda da Covilhã preparou no Museu. Conversava sobre o cinzentismo de Saramago e Lobo Antunes com Manuel da Silva Ramos a propósito da reportagem que tinha saído nessa quinta no “Jornal de Letras” sobre o humorismo na literatura quando fomos surpreendidos por uma simpática jovem que apresentou o espectáculo. Achei o espectáculo muito interessante não pela complexidade das músicas apresentadas mas pelo esforço e trabalho que os miúdos da Banda da Covilhã demonstraram. Sorrisos espontâneos, nervosismo, brancas, mas acima de tudo muito talento, esforço e dedicação. Afinal de contas nessa noite as cerca de trinta pessoas presentes viram o museu depois do espectáculo e isso pareceu-me muito positivo. Promover apontamentos culturais ao mesmo tempo que se promove o Museu parece-me algo no mínimo interessante. E se o público for aparecendo nas próximas parece-me que esta iniciativa pode ser um sucesso a custos reduzidos.
Após esta iniciativa interessante, a autarquia peca logo a seguir. No dia seguinte, sexta-feira, dia 15, houve um concerto pela Orquestra Barroca da ESART no Teatro Cine e a promoção da autarquia foi nula (nem sequer uma frase da agenda cultural), talvez por a organização não ser dela. Ninguém sabia do concerto. E aqui parece-me que também falha a imprensa. Eu próprio quando soube do concerto já tinha outras coisas combinadas o que me impossibilitou de estar. Um amigo meu esteve lá e disse que estavam vinte, trinta pessoas. Acho vergonhoso que não se tenha feito uma promoção séria do concerto e que os músicos viessem à Covilhã para tocar para tão poucas pessoas. No mínimo coerência…
Por último parece-me inevitável uma referência à peça que está a sair de cena no Teatro das Beiras. Partindo de cinco contos de Virgílio Ferreira o Teatro das Beiras fez uma construção teatral impar. Mais uma vez a estrela da companhia (pelo menos na minha opinião) Sónia Botelho volta a surpreender. Depois de uma personagem mais dramática e titubeante vem agora abrilhantar o espectáculo com uma personagem decidida, psicologicamente forte (que muitos homens certamente temeriam) e muito, muito divertida. Sónia Botelho tem assumido um papel de grande destaque no conjunto de actores do Teatro das Beiras, é sempre um prazer vê-la em palco.
A peça esta muito boa, porque além de pegar em cinco contos com um bom enredo, José Carretas consegue estabelecer entre as peças um nexo lógico fantástico que tornou a própria absorção da história pelo público ainda mais forte e intensa. Foi, em meu ver, uma aposta ganha porque além de uma peça de teatro aliciante promoveu-se um autor de renome na literatura portuguesa.
Evoluímos numas frentes, regredimos noutras… Falta ainda quebrar muito preconceito. Ate já.
5 comentários:
AAAAAAAAAAATTCCHHIIN
santinho
...ando farta de comida requentada:) :) :)
Eh pah porque raio é que so pessoal do PCP e BE é que têm direito de opinar neste blogue? Acho que este blogue já tem dimensão e estatuto suficiente para albergar todo o tipo de opiniões e ideologias politicas.
Metam também pessoal do PS PSD PP etc...! Estou farto deste puto!
e temos, o Nuno Miguel Henriques, mensalmente...
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