quarta-feira, dezembro 03, 2008

O movimento solidário promove a 13 de Dezembro um baile de gala na ANIL

Covilhã Solidária organiza
Noite do Laço Rosa

As receitas revertem para o Movimento Vencer e Viver, de ajuda a mulheres com o cancro da mama. Ideia surgiu após NC dar a conhecer este núcleo

A Noite do Laço Rosa, no dia 13 de Dezembro, é a iniciativa dinamizada este ano pelo movimento Covilhã Solidária. Depois de nos dois anos anteriores as verbas terem revertido para instituições de apoio a crianças e deficientes, desta vez a receita conseguida é para ajudar um grupo de voluntárias de apoio a mulheres com o cancro da mama.

A festa está programada para o pavilhão da ANIL, na noite de 13 de Dezembro. “Queremos reviver os encontros sociais do passado da Covilhã através de uma noite de convívio com baile e decoração a preceito”, explica Pedro Farromba, juntamente com Pedro Paiva e Rosário Brito os principais dinamizadores da iniciativa. “Eram bailes onde as pessoas iam com as suas melhores roupas”, frisa.

Com um cariz diferente das edições anteriores, a lotação é também mais reduzida, com capacidade para acolher 500 pessoas sentadas. Durante o serão, que a organização espera “divertido”, vai ser cantado o loto e serão ouvidos testemunhos de sobreviventes do cancro da mama, tal como de profissionais da área. As receitas resultam dos 15 euros pagos à entrada, dos contributos angariados junto de empresas e de outro tipo de donativos.

No entanto, Pedro Farromba acentua que “o objectivo não é só angariar dinheiro, mas também alertar as consciências”. Para além disso espera-se que a Noite do Laço Rosa permita posteriormente a ligação entre o grupo de voluntárias “e a sociedade civil”.

Movimento Vencer e Viver na Covilhã

A ideia surgiu depois de os responsáveis do projecto Covilhã Solidária terem tido conhecimento, através do Notícias da Covilhã, que o grupo de seis mulheres sobreviventes do cancro da mama estavam a tentar criar uma estrutura organizada na Covilhã. “As verbas conseguidas são para criar as condições para que o movimento possa funcionar”, nota Pedro Paiva. As voluntárias formalizaram o pedido e tiveram o aval da Liga Portuguesa Contra o Cancro para criarem na Covilhã uma extensão do Movimento Vencer e Viver.
“Por vezes para os doentes é mais importante o testemunho de pessoas que sofreram na pele o mesmo problema que o dos próprios profissionais”, realça o administrador do Centro Hospitalar Cova da Beira, João Casteleiro, que se disponibilizou a acolher o grupo nas instalações da unidade de saúde. “Não estamos a fazer nenhum favor, é uma obrigação nossa”.

José Moutinho responsável pelo Serviço de Oncologia, existente no Centro Hospitalar há três anos, sublinha que “há as condições técnicas, mas é também necessária a preocupação com a parte humana”. “Porque é uma doença que traz muitos problemas sociais e familiares”, acrescenta.

Na Covilhã, desde 2005, foram tratadas 72 pessoas com cancro da mama. Só este ano já surgiram 31 casos. O que o Movimento Vencer o Viver pretende fazer é dar apoio a quem está a passar pelo mesmo. “Destina-se a dar calor humano e um sinal de solidariedade a pessoas com cancro da mama. Pretende transmitir sensações de esperança e futuro”, informa Carlos Maia, secretário nacional da Liga Contra o Cancro, para quem as pessoas que já passaram pelo mesmo são as mais indicadas para fazer esse trabalho.

Antes de entrarem em contacto com as doentes, as voluntárias vão ter formação dentro de duas semanas. “A sensibilidade com que se aborda a doença tem de ser treinada e mediada”, nota Carlos Maia. “É preciso dar ânimo, ajudar”, salienta o responsável da Liga, que elogia a “coragem e garra” das covilhanenses que já viveram o problema e agora querem ajudar quem está a lutar contra o cancro da mama. Dentro de um a dois meses o Movimento Vencer e Viver deve estar no terreno.

“Esta ajuda é uma mais-valia para os nossos objectivos”, considera Fátima Pires, uma das voluntárias. “Por muito que tenhamos força de vontade, não conseguimos nada sozinhas”. Olga Batista, do mesmo núcleo que tomou a iniciativa de ajudar outras mulheres, conta que têm recebido pedidos de ajuda de doentes. E destaca o “nobre” gesto do Covilhã Solidária.

Noticias da Covilhã

Sem comentários: