Surgiu hoje renovado o site do Diário da República Electrónico. Nesta versão podemos finalmente assistir à introdução do formato de distribuição RSS (Really Simple Syndication), um formato em que os conteúdos são “empurrados” para o computador do leitor sempre que há uma actualização, poupando a tarefa de estar constantemente a visitar uma página para ver se há novidades.
O RSS é uma prática comum na web social e está inclusivé disseminada pelos jornais online, que foram os penúltimos resistentes à sua adopção. Os últimos são os organismos públicos portugueses.
Apesar desta novidade, que se saúda, Portugal continua muito longe das práticas de governação transparente que começam a ser normais nos parceiros europeus.
A julgar pelo ritmo de evolução patente no Diário da República Electrónico, no site da Assembleia da República e no portal do Governo, estamos a dois ou três anos de receber a agenda do Primeiro-Ministro pelo Twitter (como faz, entre outros, o PM britânico e grande parte da administração do Reino Unido), ou as notícias do Parlamento no FriendFeed (como o parlamento britânico). E a uma década, ou mais, de um site como o das petições electrónicas ao primeiro ministro (link).
Por cá, o termo e-goverment continua a ser isso mesmo: um termo. Uma arma de arremesso em conversas de boas intenções, um item numa lista de sucessos burocráticos. Conceitos como o do governo aberto (open goverment, ler esta breve apresentação de Diogo Vasconcelos) são alienígenas ao discurso político — e anátemas para uma comunicação social que insiste em aplicar na web aberta os mesmos processos do modelo fechado que julga poder importar do mundo geográfico.
Paulo Querido, jornalista
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