Despovoamento, envelhecimento da população e elevadas taxas de analfabetismo fazem parte do retrato da Raia, onde antigamente se erguiam castelos. A agricultura não é a ocupação principal, ao inverso do que acontece na raia espanhola. Aqui vence o trabalho nos serviços.
"O saudosismo acontece sempre em tempo de crise"
Vencedora do Prémio Pessoa em 2007 com o livro “A História da PIDE”, Irene Flunser Pimentel é uma das mais influentes historiadoras nacionais, com várias publicações sobre o Estado Novo, o nacional-socialismo alemão e o Holocausto. A investigadora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa em discurso directo para o JF
Alçada Baptista, o escritor que sorria de Deus
Ninguém, como Alçada Baptista, descreveu a Covilhã da estratificação social. O universo das tias e dos pobrezinhos é uma notável introspecção à sociedade portuguesa “em vias de desenvolvimento”. O escritor covilhanense morreu no domingo em Lisboa e deixa uma vasta obra literária.
O Sp. Covilhã foi derrotado ste domingo pelo Estoril-Praia (3-1), acabando por descer para um perigoso 12.º lugar da Liga Vitalis, com apenas três pontos de vantagem sobre a primeira equipa abaixo da linha-de-água, o Gondomar.
Os serranos fizeram uma boa primeira parte, mas falharam na finalização, encontrando também pela frente uma guarda-redes inspirado. Mas na segunda parte a eqiipa foi-se abaixo e o Estoril aproveitou para fazer dois golos no espaço de três minutos (Miguel Rosa e Nuno Sousa) e outro por Manuel Curto a escassos minutos do final. Os covilhanense reduziram mesmo ao cair do pano, com um penálti convertido por Pimenta.
O escritor natural da Covilhã faleceu na sua casa em Lisboa. Tinha 81 anos e deixa uma vasta obra literária. País das letras e da cultura prestou-lhe homenagem
ENSAÍSTA e ficcionista, António Alçada Baptista, falecido em Lisboa, aos 81 anos, no passado sábado, admitiu ter na sua escrita uma sensibilidade feminina e ser dos poucos escritores que não tinha vergonha dos afectos.
“A minha obra escrita vende-se muito por uma razão simples, porque eu sou talvez o primeiro escritor que não teve vergonha dos afectos”, disse um dia o escritor sobre a sua obra – ao todo 14 títulos – que percorreu o ensaio, crónica, novela e o romance.
Nascido na Covilhã em 1927, frequentou o colégio de jesuítas, onde foi profundamente influenciado pelo Cristianismo e por pensadores como Emmanuel Mounier e Teillard de Chardin, vindo a formar-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e exerceu advocacia entre 1950 e 1957.
“A Pesca à Linha – Algumas Memórias”, obra assumidamente de memórias e recordações, revelou o profundo sentido afectivo que caracteriza a escrita de Alçada Baptista, enquanto em “Um Olhar à Nossa Volta” deixou o testemunho de uma vivência colectiva registada na década de 70 e 80 marcada por inquietações político-sociais.
Mas foi com “Peregrinação Interior – Reflexões sobre Deus” (1971) e “Peregrinação Interior II – O Anjo da Esperança” (1982) que obteve a unanimidade da crítica e do público.
Da sua obra constam ainda “Documentos Políticos” (crónicas e ensaios, 1970), “O Tempo das Palavras” (1973), “Conversas com Marcello Caetano” (1973), “Os Nós e os Laços” (romance, 1985), “Catarina ou o Sabor da Maçã” (novela, 1988), “Tia Suzana, meu Amor” (romance, 1989) e “O Riso de Deus” (romance, 1994). Em 1961 e 1969 foi candidato pela Oposição Democrática nas eleições para a Assembleia Nacional e, de 1971 a 1974, foi assessor para a Cultura do então ministro da Educação Nacional, Veiga Simão.
Funcionário da Secretaria de Estado da Cultura desde 1978, presidiu aos trabalhos da criação do Instituto Português do Livro, a que presidiu até 1986.
Recebeu das mãos do Presidente da República Ramalho Eanes a Ordem Militar de Cristo, em 1983, e a Grã-Cruz da Ordem do Infante entregue pelo Presidente Mário Soares, em 1995, de quem foi colaborador.
Sócio da Academia Brasileira de Letras, da Academia das Ciências de Lisboa, e da Academia Internacional de Cultura Portuguesa, foi também presidente da Comissão de Avaliação do Mérito Cultural e administrador da Fundação Oriente.
Em 2005, o Teatro das Beiras levou à cena “Quadros do Interior”, um espectáculo construído por José Carretas a partir da “Peregrinação Interior” e “Pesca à Linha – Algumas Memórias”. O escritor veio então à Covilhã, assistiu emocionado à representação e no final agradeceu.
Câmara da Covilhã com bandeira a meia-haste
A Câmara Municipal da Covilhã anunciou que a bandeira do município ficará a meia-haste durante três dias, em sinal de luto pela morte, do escritor António Alçada Baptista, natural da cidade. “A Covilhã perdeu um dos seus melhores, que sempre amou a sua terra, prestigiando-a através de uma vida em que a palavra cultura adquiriu uma dimensão superior”, escreveu o presidente da Câmara, Carlos Pinto, em comunicado. “A Covilhã esteve sempre presente na sua vida como cidadão e como escritor”, acrescenta a nota do autarca.
Carlos Pinto recorda, ainda, que a autarquia homenageou o escritor em 1999 com a Medalha de Mérito Municipal e anuncia que, “proximamente, a Câmara deliberará o reconhecimento público que perpetuará a sua memória”.
ENSAÍSTA e ficcionista, António Alçada Baptista, falecido em Lisboa, aos 81 anos, no passado sábado, admitiu ter na sua escrita uma sensibilidade feminina e ser dos poucos escritores que não tinha vergonha dos afectos.
“A minha obra escrita vende-se muito por uma razão simples, porque eu sou talvez o primeiro escritor que não teve vergonha dos afectos”, disse um dia o escritor sobre a sua obra – ao todo 14 títulos – que percorreu o ensaio, crónica, novela e o romance.
Nascido na Covilhã em 1927, frequentou o colégio de jesuítas, onde foi profundamente influenciado pelo Cristianismo e por pensadores como Emmanuel Mounier e Teillard de Chardin, vindo a formar-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e exerceu advocacia entre 1950 e 1957.
“A Pesca à Linha – Algumas Memórias”, obra assumidamente de memórias e recordações, revelou o profundo sentido afectivo que caracteriza a escrita de Alçada Baptista, enquanto em “Um Olhar à Nossa Volta” deixou o testemunho de uma vivência colectiva registada na década de 70 e 80 marcada por inquietações político-sociais.
Mas foi com “Peregrinação Interior – Reflexões sobre Deus” (1971) e “Peregrinação Interior II – O Anjo da Esperança” (1982) que obteve a unanimidade da crítica e do público.
Da sua obra constam ainda “Documentos Políticos” (crónicas e ensaios, 1970), “O Tempo das Palavras” (1973), “Conversas com Marcello Caetano” (1973), “Os Nós e os Laços” (romance, 1985), “Catarina ou o Sabor da Maçã” (novela, 1988), “Tia Suzana, meu Amor” (romance, 1989) e “O Riso de Deus” (romance, 1994). Em 1961 e 1969 foi candidato pela Oposição Democrática nas eleições para a Assembleia Nacional e, de 1971 a 1974, foi assessor para a Cultura do então ministro da Educação Nacional, Veiga Simão.
Funcionário da Secretaria de Estado da Cultura desde 1978, presidiu aos trabalhos da criação do Instituto Português do Livro, a que presidiu até 1986.
Recebeu das mãos do Presidente da República Ramalho Eanes a Ordem Militar de Cristo, em 1983, e a Grã-Cruz da Ordem do Infante entregue pelo Presidente Mário Soares, em 1995, de quem foi colaborador.
Sócio da Academia Brasileira de Letras, da Academia das Ciências de Lisboa, e da Academia Internacional de Cultura Portuguesa, foi também presidente da Comissão de Avaliação do Mérito Cultural e administrador da Fundação Oriente.
Em 2005, o Teatro das Beiras levou à cena “Quadros do Interior”, um espectáculo construído por José Carretas a partir da “Peregrinação Interior” e “Pesca à Linha – Algumas Memórias”. O escritor veio então à Covilhã, assistiu emocionado à representação e no final agradeceu.
Câmara da Covilhã com bandeira a meia-haste
A Câmara Municipal da Covilhã anunciou que a bandeira do município ficará a meia-haste durante três dias, em sinal de luto pela morte, do escritor António Alçada Baptista, natural da cidade. “A Covilhã perdeu um dos seus melhores, que sempre amou a sua terra, prestigiando-a através de uma vida em que a palavra cultura adquiriu uma dimensão superior”, escreveu o presidente da Câmara, Carlos Pinto, em comunicado. “A Covilhã esteve sempre presente na sua vida como cidadão e como escritor”, acrescenta a nota do autarca.
Carlos Pinto recorda, ainda, que a autarquia homenageou o escritor em 1999 com a Medalha de Mérito Municipal e anuncia que, “proximamente, a Câmara deliberará o reconhecimento público que perpetuará a sua memória”.
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