Autarcas defendem construção de túneis na Serra da Estrela, apesar dos custos
As câmaras da Covilhã, Belmonte, Gouveia e Manteigas defenderam no decorrer de uma conferência de imprensa, a construção de túneis rodoviários da Serra da Estrela, para facilitar as acessibilidades à região, independentemente dos custos."O custo não pode ser impeditivo das melhores soluções, até porque esta é uma revolução total para a região. É uma obra de Estado, que abrange 150 mil pessoas", realçou o presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto.
Confrontado com críticas de outros municípios contrários à construção dos túneis, o autarca disse que "a defesa prioritária dos túneis não impede que se lancem outras estradas". Seia, Fornos de Algodres, Nelas e Oliveira do Hospital são alguns dos municípios que apoiam novos itinerários complementares (IC) a sul em vez dos túneis.
"Penso que não há ninguém contra os túneis. Ainda não os vi. O que há é quem defenda estradas alternativas, que sirvam melhor os seus concelhos, como é o caso de Seia", apontou Álvaro Amaro, autarca da Câmara Municipal de Gouveia.
"É uma posição legítima. Gouveia também quer as melhores ligações a Coimbra e Viseu. Mas isso agora é acessório. Vamos discutir isso depois de tomada a opção política de avançar com os túneis, que importam a toda a Serra ", acrescentou.
A construção de 12 quilómetros de túneis para atravessar a montanha é um dos cenários propostos pelo Estudo de Avaliação Estratégica para a região do Centro Interior, encomendado pela Estradas de Portugal.
O estudo abrange três estradas (IC6, IC7 e IC37), esteve em consulta pública durante o mês de Janeiro e conclui que os túneis (entre Covilhã, Manteigas e Seia/Gouveia) garantem melhores acessibilidades e maior desenvolvimento.
No entanto, devido ao elevado investimento previsto (pelo menos 704 milhões de euros), o documento aponta outro cenário, com a construção de duas estradas a sul da Serra da Estrela, como a solução mais equilibrada.
Os autarcas, que admitem a instalação de portagens nos túneis, afirmaram desconhecer o interesse de privados na exploração da obra e não comentam que valores poderiam ter as portagens, referindo que esse tipo de questões, para já, não se coloca.
"Sabemos que cada quilómetro de túnel custa tanto quanto três quilómetros de IC", referiu José Biscaia, autarca de Manteigas, mas "não há nenhuma obra pública inviável, desde que promova o desenvolvimento", atalhou Álvaro Amaro.
"Qual é a rentabilidade económica do Metro de Coimbra? No entanto, já está a descontar do Programa Operacional Regional", apontou o edil da autarquia de Gouveia.
"Cada um tem a sua missão. A nossa é a de apoiar a decisão política que melhor serve esta região. Depois, cabe aos técnicos definirem as questões técnicas de construção e financiamento", referiu Carlos Pinto.
Os autarcas realçaram ainda que os túneis são a hipótese mais amiga do ambiente, evitando a construção de viadutos e terraplanagens nas encostas protegidas do Parque Natural da Serra da Estrela.
Os autarcas contam apresentar a posição concertada até final do mês junto do secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas e das Comunicações, Paulo Campos. "Informalmente já o temos informados da nossa posição", acrescentou Carlos Pinto.
Ps: Mas tão preocupados que eles estão com o ambiente... Só é pena essa preocupação ser apenas em relação a este tema, porque em relação a mini-cidades de montanha e casinos na Serra e concentrações de motos e ampliações de estância de esqui e... e... e... em relação a esses casos, parece que não há a mesma preocupação! Hipocrisia...
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