"O académico confirmou também o bom estado das fundações. Victor Cavaleiro, que fez uma análise geotécnica, assegurou ainda a ausência de fissuras mas não avaliou a estrutura do edifício..."
A Câmara da Covilhã licenciou a recuperação da Torre de Santo António, o polémico edifício de 20 andares construído na década de 70, desenhado pelo pai do actual primeiro- -ministro e que incluía um restaurante panorâmico giratório no último andar com vista para toda a Cova da Beira e serra da Estrela.
A finalidade do edifício mantém-se tal qual foi projectada: "19 andares de habitação e no último um restaurante panorâmico", adianta o presidente da câmara.
Apesar do enorme impacto visual, a obra só não avançou porque o construtor faliu. Desde então tem estado ao abandono. Viria a ser adquirido pelo Montepio Geral, um dos credores do construtor, que este mês anunciou a sua venda através de anúncios publicados na imprensa. Carlos Pinto, autarca da Covilhã confirmou ao DN que "o edifício cumpre todos os requisitos ao nível do licenciamento e do pagamento das taxas para ser usado pelo proprietário".
Apesar das mais de duas décadas de abandono, a torre está concluída até ao 12.º andar e os apartamentos têm janelas, loiças de casa-de-banho e pavimento. Até ao 20.º andar, o edifício permanece em tosco.
A interminável e curiosa saga do edifício, localizado na parte oriental da cidade, começou com um projecto do arquitecto Pinto de Sousa que previa a construção de mais dois prédios de sete andares. A intenção foi retomada e licenciada, mas cada prédio só terá quatro pisos.
Em 2002 a câmara da Covilhã quis demolir o edifício, intenção justificada com o impacto paisagístico, e não renovou a licença para a sua conclusão. No entanto, em 2005 fez marcha-atrás e iniciou as negociações com o proprietário que viriam a culminar em 2006 com a assinatura de um acordo com o Montepio Geral para a conclusão da torre. No acordo a autarquia salvaguardou o pagamento das taxas devidas e o arranjo urbanístico da zona envolvente. Em troca a câmara recebeu 750 mil euros. Jorge Fael, deputado municipal e que teve acesso ao texto do acordo afiança que " os direitos de construção incluem dois prédios anexos e acessos a serem construídos pela câmara".
Ao que apurou o DN o edifício nunca foi vistoriado para se avaliar do grau de segurança das estruturas. Apenas em 2001, aquando do doutoramento de Victor Cavaleiro, actual presidente da faculdade de engenharia da Covilhã, o mesmo foi analisado no âmbito da tese que desenvolveu. O engenheiro sustentou então que após "várias sondagens no terreno pude observar que o edifício está bem implantado e não apresenta problemas".
O académico confirmou também o bom estado das fundações. Victor Cavaleiro, que fez uma análise geotécnica, assegurou ainda a ausência de fissuras mas não avaliou a estrutura do edifício. Apesar disso mostrou-se favorável a uma de duas hipóteses: "revitalizá-lo ou implodi-lo". Quase em jeito de premonição, o empreiteiro deixou ficar a grua, que ainda hoje lá está. Após duas décadas de abandono e discussão pública a revitalização levou a melhor sobre a implosão.
Diário de Noticias 02-06-2008
Em 2002 a câmara da Covilhã na pessoa do seu Presidente quis demolir o edifício, intenção justificada com o impacto paisagístico, e não renovou a licença para a sua conclusão. No entanto, em 2005 fez marcha-atrás e iniciou as negociações com o proprietário que viriam a culminar em 2006 com a assinatura de um acordo com o Montepio Geral para a conclusão da torre.
Será que Sócrates fez um pediso a Carlos Pinto em troca do afamado "Dossier Pelicano"
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