“Alta, imensa, enigmática, a sua presença física é logo uma obsessão. Mas junta-se à perturbante realidade uma certeza mais viva: a de todas as verdades emanarem dela. Há rios na Beira? Descem da Estrela. Há queijo na Beira? Faz-se na Estrela. Há roupa na Beira? Tece-se na Estrela. Há vento na Beira? Sopra-o a Estrela. Tudo se cria nela, tudo mergulha as raízes no seu largo e eterno seio. Ela comanda, bafeja, castiga e redime.” (Miguel Torga)
Maciço Central da Serra da Estrela, denominado “Três Cântaros”, que são as três montanhas mais salientes da Estrela. Da esquerda para a direita, os cântaros Gordo, Magro e Comprido. Pensa-se que o nome venha da parecença (um pouco exagerada) do normal cântaro, um vaso grande e bojudo muito usado nesta zona para transportar a água das fontes, rios ou ribeiros.
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«Na minha última viagem à minha terra não poderia ter deixado de visitar a serra mãe de Portugal.
A partir da Covilhã, através de íngremes e serpenteantes estradas, tem-se o mais belo e panorâmico acesso à serra da Estrela. Passa-se pelo Parque Florestal da Covilhã, depois o Parque de Campismo do Peão e mais acima a Varanda dos Carqueijais, onde existe um miradouro e se pode contemplar o extenso vale da Cova da Beira e mais ao longe terras de Espanha.
Continua-se a subida até às Penhas da Saúde, onde há uma estância de férias, depois passa-se junto ao Lago Viriato, que antecede a nave de Santo António e os majestosos vales glaciários da Estrela. »
A partir da Covilhã, através de íngremes e serpenteantes estradas, tem-se o mais belo e panorâmico acesso à serra da Estrela. Passa-se pelo Parque Florestal da Covilhã, depois o Parque de Campismo do Peão e mais acima a Varanda dos Carqueijais, onde existe um miradouro e se pode contemplar o extenso vale da Cova da Beira e mais ao longe terras de Espanha.
Continua-se a subida até às Penhas da Saúde, onde há uma estância de férias, depois passa-se junto ao Lago Viriato, que antecede a nave de Santo António e os majestosos vales glaciários da Estrela. »
Nave de Santo António, vendo-se ao longe o Poio do Judeu, um bloco de grandes dimensões com cerca de 150 m3.
«Ao longo da história registaram-se várias grandes glaciações que atingiram a Serra da Estrela, originando neves contínuas e grandes glaciares. Os glaciares moldaram a serra, com montes escarpados e vales, deixando testemunhos únicos de extrema beleza, como são os casos do vale glaciário do Zêzere, que nasce no sopé do Cântaro Magro (Covão da Ametade) e se prolonga até Manteigas e o vale glaciário de Alforfa, que se inicia na vertente nascente do Cântaro Gordo, passa pelas Cortes até Unhais.»
Vale Glaciário do Zêzere numa extenção de 13 km.
Vale Galciário de Alforfa.
«A caminho da Torre, admira-se a Nave de Santo António, um antigo glaciar aos pés dos grandiosos Três Cântaros, onde se inicia a estrada para a torre que em semicírculos percorre os Cântaros, circundada por morros de neve. Junto ao Covão do Boi encontra-se a Nossa Senhora da Estrela, um monumento esculpido em baixo-relevo numa enorme rocha granítica. Antes de se chegar à Torre, o ponto mais alto de Portugal Continental, avista-se o topo do Cântaro Magro.»
Estrada através dos Cântaros até à Torre.
Túnel na rocha a caminho da Torre.
Barragem do Padre Alfredo, no Covão do Ferro
Cântaro Magro manchado de neve
Torre, lugar mais alto de Portugal Continental
«Depois da Torre é hora de descer novamente até à Nave de Santo António e depois até ao Vale Glaciário do Zêzere. No caminho encontra-se o resto de floresta de pinho bravo que escapou ao flagelo dos incêndios. Chega-se depois a uma grande curva em forma do chouriço e à esquerda encontra-se um belo local, o Covão da Ametada, situado no sopé do Cântaro Magro. »
Covão da Ametada – relvão, podendo ver-se em cima parte do Cântaro Magro.
Covão da Ametada – Rio Zêzere ainda menino, a escassos 100 metros da sua nascente, espelhado de árvores.
«O Covão da Ametade, é para mim o local mais belo da Serra. Se for visitado durante a semana, num dia calmo, ouve-se ali apenas o grasnar de águias e milhafres e o sussurro da água a correr no rio.
O silêncio daquele lugar invade-nos a alma e transmite-nos como magia, uma calma suave e regeneradora.»
O silêncio daquele lugar invade-nos a alma e transmite-nos como magia, uma calma suave e regeneradora.»
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