É com profunda indignação e repúdio que somos obrigados a tomar posição sobre um assunto que, infelizmente, assumiu uma dimensão que não estávamos à espera e que nos coloca numa posição de obrigatório esclarecimento público, de forma a que todas as dúvidas sobre a nossa posição sejam esclarecidas e não estejamos sujeitos às mentiras e à falta de competência de quem está à frente de instituições públicas que deveriam ser exemplos de transparência, eficiência e modernidade, mas, constatamos, não passam de meros incompetentes, sem capacidade para assumir erros e sem vontade de fazer mais do que aquilo a que mediocremente estão e sempre estiveram destinados a fazer: pouco ou nada.
Vamos por partes:
No final de 2005, depois da realização do IMAGO desse ano e dando sequência ao nosso insistente pedido junto do IPJ para que esta entidade retomasse a via de apoio que tinha sido assumida desde a primeira edição do Festival e interrompida em 2004 pelo Sr. Nascimento sem justificação plausível,foi-nos proposta a assinatura de um protocolo de apoio para 2006.
O protocolo foi discutido e assinado numa cerimónia pública, no Fundão, a 11 de Maio de 2006 e tinha como principal mote a concretização da iniciativa Júri Jovem, que passa então a chamar-se Júri Jovem IMAGO IPJ/PREMIERE.
Muito antes desta cerimónia, no inicío de 2006 foi-nos proposto verbalmente uma situação extra protocolo que implicaria que daí para a frente o elemento a que Portugal tinha direito no Júri Jovem Internacional do Festival de Cannes fosse escolhido entre os elementos do nosso próprio Júri Jovem. Ora, isto teria um primeiro momento, logo em Maio de 2006, mas como já
estávamos perto da data e seria complicado contactarmos todos os elementos do Júri Jovem de 2005 e ainda preparar um mini concurso para escolhermos um, decidimos então premiar um elemento do voluntariado do IMAGO e fazer um sorteio, com a certeza, transmitida ao IPJ, de que no ano seguinte escolheríamos então entre o Júri Jovem. A contemplada foi uma jovem fundanense que, como alguns meios de comunicação pulicaram na altura, esteve em Cannes 2006 a representar Portugal.
Na altura da assinatura do protocolo, 11 de Maio de 2006, foi dito na cerimónia pelos responsáveis do IPJ, entre os quais o delegado regional,Miguel Nascimento, e a presidente da estrutura nacional, Maria Geraldes, que esta iniciativa continuaria a ser realizada, ou seja, como é óbvio, e visto que Cannes 2006 seria dali a uns dias e a representante já estava escolhida,se era para continuar seria para escolher um jovem no Júri Jovem 2006 para ir a Cannes 2007. Isto é óbvio e não há como negá-lo, ao contrário do que tenta fazer crer o Sr. Delegado Regional na última edição do Jornal do Fundão, onde justifica o facto de o representante que
escolhemos não ter ido a Cannes, com o facto, diz ele, de que o protocolo com o IMAGO teria terminado a 31 de Dezembro de 2006.
Justificação só por si rídicula e contraditória, visto que não só o protocolo não faz menção nenhuma a Cannes - porque esta situação foi sempre apenas falada verbalmente (tendo nós na nossa boa fé acreditado sempre no que nos diziam) - como a própria presidente do IPJ, Maria Geraldes, na cerimónia de encerramento do IMAGO 2006, e depois do director do festival
ter anunciado a forma como um dos jovens em palco iria ser escolhido como
júri para Cannes, ter voltado a reiterar no seu discurso o "orgulho que tinha em que fosse o IMAGO a levar a Cannes o representante de Portugal e esperava que assim continuasse por muito tempo." Isto foi ouvido por todos os que se encontravam na sala, incluindo muitos jornalistas e o próprio (pelos vistos amnésico) delegado regional.
Porque é que, então, se não era assim e o Sr. Miguel Nascimento já o sabia,não nos alertou logo para o facto de, afinal, a entrada não ser directa, mas estar sujeita a um concurso nacional? Porque é que em todos os meses que antecederam o IMAGO e que mediaram entre a assinatura do protocolo e a realização do Festival, não desmentiram as notícias que saíram nos
jornais nacionais e regionais e na própria revista PREMIERE (até com um anúncio específico do Júri Jovem) que davam conta de que um dos elementos do Júri Jovem iria a Cannes? Porque é não nos pediram para emendarmos as regras do Júri Jovem que lhes foram enviadas antes de serem publicadas no nosso site onde se mantiveram por vários meses (e onde ainda se pode aceder através deste link colocado na nossa nova página na área Edições Anteriores http://www.imagofilmfest.com/5pt_jurijovem.htm) e, inclusivamente, como cúmulo do absurdo, foram publicadas NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DO PRÓPRIO IPJ? Porque é que depois de diversas tentativas de percebermos quando é que tínhamos de preencher os documentos para que o jovem por nós escolhido fosse a Cannes, só no último dia do prazo, 30 de Março de 2007, nos foi solicitado o envio desses documentos? Porque é que nem nessa altura nos foi dito que estávamos a enviar documentos para um concurso e não para a inscrição
directa?
A todas estas dúvidas, que colocámos por escrito em Maio de 2007 aos responsáveis nacionais e regionais do IPJ, nunca obtivemos respostas por escrito, mas só meras tentativas de sacudirem a água do capote e de nos calarem, e apenas por telefone, claro, para que nada pudesse ficar registado (a não ser que gravássemos as conversas o que poderá ser uma hipótese a considerar no futuro ao falarmos com responsáveis de entidades públicas). Como por exemplo o telefonema do Sr. Miguel Nascimento a um produtor do MAGO onde se propõe defender um protocolo com condições melhoradas para o IMAGO se o Festival não der importância a esta situação.
Ou o telefonema de uns dias depois quando tudo vem a público e o Sr. Miguel Nascimento telefona ao mesmo produtor do IMAGO a dizer que ou nos calamos com isto ou se acaba o protocolo. Ou o telefonema nervoso da passada segunda feira do Sr. Miguel Nascimento ao
jovem em questão propondo-lhe uma viagem a um País europeu como forma de compensação ou até mesmo a promessa de uma ida a Cannes em 2008 em troca do seu silêncio. E para culminar tudo a mensagem enviada ontem por um seu subordinado informando que o IMAGO a partir de agora deve negociar o protocolo directamente com a Comissão Executiva do IPJ (facto que agradecemos pois este senhor evidentemente é mais um empecilho do que um catalizador de
apoios e ajudas para os jovens da região)?
Não cedemos a pressões, nem misturamos as águas. Uma coisa era o protocolo que tinhamos e que queríamos (e queremos) renovar e melhorar este ano com o IPJ NACIONAL e não REGIONAL, outra coisa era uma situação que nos foi oferecida, que não pedimos e que agora se mostra um presente envenenado, que coloca em causa a nossa credibilidade e coloca em causa a continuidade de um evento único como o Júri Jovem que tinha, em 2006, ganho estatuto internacional e mobilizava jovens de todo o País.
O IPJ e nomeadamente o sr. Delegado Regional, Miguel Nascimento, tentou passar uma imagem de incompetência do IMAGO numa situação em que não temos qualquer responsabilidade a não ser a de termos, através dos nossos meios,publicitado uma coisa que alguém decidiu mudar à última da hora e não tem coragem de assumir essa responsabilidade.
Solicitámos ao IPJ que em tempo útil explicasse a situação ao jovem escolhido, Raphäel Jerónimo, e que publicamente garantisse que o IMAGO nada tinha a ver com o que se passou. O IPJ assim não fez e, pior, o Sr. Miguel Nascimento assumiu uma posição de confrontação, mentiras e de recusa de responsabilidades. O Raphaël e muitos outros jovens têm demonstrado a sua solidariedade para com o IMAGO no sentido de desmascarar estes chantangistas e demagogos profissionais que à custa de tanto repetirem uma mentira conseguem convencer-se a si próprios de que estão a dizer a verdade.
Não o permitimos. Sentimos a nossa credibilidade posta em causa e recusamo-nos a ser alvo de chantagens e de pressões para nos calarmos e calar a pessoa directamente afectada por tudo isto. E se só agora vimos a público foi porque até agora esperámos calmamente por uma resposta
formal.Nunca aconteceu, pelo que a nossa única opção é tornar pública a nossa posição e avançarmos para uma queixa formal à Secretaria de Estado da Juventude, o que faremos nos próximos dias.
Se isto não fosse um País de faz de conta poderíamos esperar alguma consequência dessa queixa e que alguém viesse a ser responsabilizado por todas as mentiras e trafulhices em questão. Se isto não fosse um País de faz de conta poderíamos esperar que o Sr. Nascimento fosse confrontado com as perguntas que aqui deixamos. Se o Sr. Nascimento não fosse um cobardolas
escudado na poltrona do seu gabinete até poderíamos pensar em reunir os jornalistas e o jovem em questão e esclarecermos cara a cara estas questões.
Mas depois de todas as mentiras que disse e na condição de "boy" prestável e submisso já só desejamos que esta sinistra personagem não nos apareça mais à frente.
Os directores do IMAGO
Pedro Teles Ramos
Sérgio Felizardo
IMAGO 2007 - 29/09-07/10
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Apartado 324
6230-909 Fundão
Portugal
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