E a noite acabou com pontapés e garrafas partidas na cabeça das vítimas.
O crime teve lugar em plena área de serviço à saída da ponte Vasco da Gama, depois de um jogo de hóquei em Lisboa – e os agressores dos No Name Boys, para conseguirem emboscar e espancar os rivais, terão tido informação da própria polícia.
Caturna diz ao telefone, lê-se na Acusação do Ministério Público a que o CM teve acesso, que “um dos que o deteve [polícia] lhe disse que os iam ‘largar’ [S. Dragões] e que, por isso, iam andar por aí à deriva – referindo-se a informações de um Spoter [da PSP] que teria ligações com os arguidos [No Name Boys] e lhe teria fornecido informações sobre aspectos de acompanhamento de adeptos”.
BENFICA DESMENTE A PRÓPRIA PSP E AMEAÇA COM PROCESSO
Depois de o CM ter citado ontem um relatório final da Polícia de Segurança Pública sobre a investigação aos No Name Boys – em que é a própria polícia a concluir que Luís Filipe Vieira apoia a claque; que despediu o chefe de segurança do clube por este colaborar com a polícia e que pediu ao comandante da PSP para “aliviar” a presença policial junto dos No Name Boys –, o Benfica anunciou em comunicado que vai processar o nosso jornal.
Diz o comunicado que “é sabido o esforço” que o presidente Luís Filipe Vieira fez no sentido da “legalização das claques, tendo, inclusive, apresentado propostas que visavam a alteração do actual quadro legal” e que, verificada a não-legalização das mesmas, lhes “retirou qualquer tipo de apoios”.
PORMENORES
ASSISTIDOS NO HOSPITAL
As vítimas de agressões na ponte Vasco da Gama no Verão passado, depois de uma perseguição na 2.ª Circular, Lisboa, tiveram de ser assistidas no hospital devido a hematomas.
CRIADOS NO EURO 2004
Os Spoters são agentes da PSP que se dedicam ao acompanhamento de claques. Foram criados na sequência do Euro’ 2004.
POLÍCIA ESCAPA IMPUNE
O polícia que deu informações aos No Name Boys sobre os rivais nunca foi identificado.
NOTA DA DIRECÇÃO: É A NOTÍCIA QUE NOS MOVE
Para o Correio da Manhã, todos os cidadãos são iguais perante o trabalho jornalístico. É a notícia que nos move. É dela que é feita a nossa relação de lealdade com o Leitor.
No caso em apreço, pretenderia o presidente do Benfica que ignorássemos as conclusões de um extenso relatório com a chancela da PSP, qual árbitro que deixa passar um penálti? Ora a notícia que ontem chamámos à manchete tem relevância indiscutível, o interesse público dos factos impõe ao jornalista o dever de informar. Sem alinhar em campanhas, mas sem temer ameaças. Como sempre fazemos e faremos.
O Ministério Público (MP) acusou um total de 38 pessoas no inquérito relativo ao grupo de apoiantes do Benfica designado por "No Name Boys", precisou hoje a Procuradoria-Geral Distrital (PGD) de Lisboa.
A operação permitiu ainda, entre outras coisas, a apreensão de armas proibidas, material pirotécnico e droga.
Pode ler-se que o líder reúne com a claque para lhes dar todo o apoio, deixando entrar as tochas nas bancadas da Luz, despediu o chefe de segurança do clube por ajudar a PSP a identificar os criminosos e almoça com o comandante da polícia para lhe pedir que facilite na presença policial junto dos No Name. Muitos deles entretanto presos por droga, armas, roubos, incêndios e espancamentos a adeptos rivais.
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