quinta-feira, dezembro 04, 2008

Breves do "Notícias da Covilhã"


Hotéis satisfeitos com procura para o Natal e passagem de ano
Perspectiva de enchente

No período natalício a procura tem aumentado todos os anos. Para o fim-de-ano, a taxa de ocupação, um mês antes, situa-se entre os 50 e os 75 por cento. Mas os chalés e um dos hotéis da Serra já têm lotação esgotada para essa altura.

As unidades hoteleiras do concelho têm boas perspectivas para o Natal e Ano Novo. Na maioria dos hotéis as reservas para as duas épocas festivas representam metade da capacidade, uma taxa de ocupação normal para o início do mês. Mas à medida que se aproximam as datas, esperam lotar ou ficar próximos disso. Os quartos na Serra da Estrela são os que mais rapidamente ficam completos. É o que acontece com a Estalagem Varanda dos Carqueijais e os chalés, totalmente preenchidos para o fim-de-ano.(...)


Fiper sob nova ameaça de encerramento
Empresa do Teixoso

Depois de em Agosto António Lopes ter entregue simbolicamente as chaves da fábrica nas Finanças, agora reitera que não vai renovar os contratos se o processo judicial de aquisição da empresa não ficar resolvido

Se o processo judicial de aquisição da Fiper não tiver rapidamente um desfecho, António Lopes volta a avisar que pára a laboração da fábrica de fiação do Teixoso, não renovando os contratos aos trabalhadores e deixando extinguir os postos de trabalho até que a empresa deixe de funcionar. Depois de um processo de insolvência António Lopes tomou conta da Fiper. Mas a Caixa Geral de Depósitos, credora da fiação, recorreu da sentença. Entretanto passaram três anos, sem que o processo transite em julgado e a fábrica seja plenamente da actual administração. “Questionamos esta demora”, salienta o empresário, indignado. Com o processo judicial pendente, a firma está impedida de recorrer à banca. Por isso, lamenta o administrador, toda a recuperação tem sido suportada com recurso a capital próprio.(...)


O triunfo da vontade

Dois casos de cidadãos que, em cadeira de rodas,
fazem uma vida normal


É habitual vê-lo no café, na discoteca, às compras no hipermercado ou no cinema. “Eu não tento. Eu tenho uma vida normal, dentro das minhas possibilidades”, diz, categórico, Luís Matos, de 22 anos.

Aos 14 anos, uma lesão na medula, provocada quando saltou para festejar um golo, deixou-o numa cadeira de rodas. Passada a “curta” fase da revolta, veio a determinação em não se deixar condicionar por essa circunstância. E vive a vida dessa forma, apesar das barreiras que encontra por todo o lado.

No ano passado entrou em Engenharia Informática, na Universidade da Beira Interior (UBI). No bar, onde dois degraus o impedem de chegar ao balcão, está rodeado de colegas, que conversam sobre as notas de uma frequência. De Luís destacam a sua “atitude positiva”. “Ele luta pelo que quer, vai até ao fim. Isso nota-se em tudo”, realça Miguel Cordeiro.

Gustavo Marques, 31 anos, já era aluno da UBI quando há dez anos um acidente de viação o pôs a ver o mundo de outra perspectiva. Depois de algumas semanas de que não se recorda, renasceu num novo corpo. Aprendeu a ser autónomo, como acontecia antes, voltou às aulas e não deixa que a cadeira de rodas dite o rumo da sua vida. “Eu faço a minha vida. Com ou sem limitações, tento fazer as minhas coisas”, nota. Por isso não é invulgar encontrá-lo no pavilhão da ANIL, durante as festas dos estudantes, ou no cinema. No primeiro ano o pai morou com ele na residência entretanto adaptada para poder viver. Agora conta com os “bons amigos” para ir a sítios onde não iria sozinho. Apesar de preferir ser o mais independente possível.(...)


Noite de festa para Rabasquinho
Ex-árbitro homenageado

Foi uma noite de alegria para homenagear Félix Rabasquinho. Dezenas de associações e colectividades estiveram presentes no agradecimento público àquele que promoveu a cultura e o desporto na região.

Foram centenas os que se juntaram no Teatro Cine da Covilhã, na noite da passada sexta-feira, 18, para homenagear Félix Rabasquinho. O ex-árbitro, jogador e dirigente, que desde há dois anos se encontra impossibilitado de exercer as suas actividades, devido a doença, uma esclerose lateral, contou com a presença de vários amigos.
Durante a cerimónia foram recordadas algumas das histórias de vida do homem que levou o cinema pelas várias sedes sociais dos clubes, através de um pequeno filme biográfico recheado de humor. Aqueles que mais de perto privaram com Rabasquinho quiseram abrir o baú das suas histórias, algumas arrancariam da assistência enormes gargalhadas. Uma delas, como alguém relembrou, relata o final de um jogo de futebol arbitrado por Rabasquinho, onde este se mostrou abatido: “De todas as vezes que arbitrei um jogo o público fartava-se de me chamar nomes. E hoje não me chamaram um único nome”, lamentou, nesse dia, o homenageado.(...)

1 comentário:

Anónimo disse...

Duas Rudes, dois irmãos

Com este titulo publicou o Expresso, em 29 de Novembro de 2008, o seguinte texto que eu dispenso de qualquer comentário:

Duas Rudes, dois irmãos

Fraude fiscal detectada na venda de terrenos à Rude pelo irmão do presidente da Câmara. Foi criada ainda uma segunda Rude

O caso envolve duas entidades, ambas com o nome Rude, e dois irmãos: Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, e João Manuel Pinto. E remonta a 1995, altura em que João Manuel Pinto comprou por 24 mil contos (€120 mil em moeda actual) o direito de uso, durante 20 anos, de terrenos na Covilhã, que vendeu pouco depois por 70 mil contos (€350 mil) à Rude, associação presidida pelo seu irmão, Carlos Pinto.
Este processo culminou num crime de fraude fiscal e no pagamento de coimas por parte de João Pinto. “Foram fabricados documentos com conteúdo falso, com o único objectivo de lhe permitirem a fuga ao imposto devido”, pode ler-se no relatório do Ministério Público, concluído em Setembro de 2004, na sequência do processo-crime instaurado em torno do caso. Mas o Ministério Público não conseguiu reunir provas de que “houve conluio entre o arguido João Manuel Pinto e algum ou alguns dos arguidos ligados à Rude no sentido de este adquirir os bens imóveis para depois os revender por um valor equivalente a cerca de três vezes o de custo” - apesar de a Polícia Judiciária da Guarda ter concluído pela existência de um tal conluio. O relatório do Ministério Público refere que, “a ter havido esse conluio, estaríamos em face de um crime de burla qualificada”.
Para contornar o entrave legal de a associação Rude estar impedida, pelas regras comunitárias, de comprar imóveis foi constituída em Novembro de 1995 uma sociedade anónima chamada Rude SA, cujos sócios são os mesmos da associação Rude que funciona com fundos do programa LEADER: Carlos Pinto, Luís Barreiros, Francisco Ferreira Pimentel, Arménio Marques Matias e Bernardino Gata Silva. A Rude SA, cujo capital é quase a 100% assegurado pela associação Rude, acabou por adquirir por 1500 contos (€7500) os ditos terrenos na Covilhã, cujas escrituras foram celebradas em Dezembro de 1995 e Março de 1999. “Caso esta associação comprasse tais imóveis, fá-lo-ia com a maior parte de dinheiros provenientes de fundos comunitários”, explicita o relatório. Entre as questões que ficaram por esclarecer destacam-se as declarações do arguido Antonino Alves Pacheco, que “foi posto perante o facto de em conjunto com os seus cunhados ter recebido a quantia de 10 mil contos a título de sinal e terem recebido da Rude um cheque no valor de 70 mil contos no acto da escritura, o que dá um valor global de 80 mil contos. Considerando que os prédios terão sido vendidos por 24 mil contos e que entregaram um cheque ao João Pinto de 43.700 contos, foi-lhe pedido que explicasse o destino do dinheiro remanescente”. Mas o próprio relatório do Ministério Público reconhece: “É certo que se desconhece o destino dado à quantia de 12.300 contos levantada pelo Antonino”.
C.A.