"É hoje lançado, em novo endereço, o site do Instituto Sá Carneiro (ver o slideshow abaixo). É o terceiro think tank partidário a ocupar espaço nos meios sociais no período de um mês. Já começaram os preparativos para a maratona eleitoral de 2009, sendo grande a expectativa em torno da presença dos partidos na arena por excelência do debate de ideias - a Internet."
Se o Instituto Sá Carneiro está mais perto do PSD institucional, já a Plataforma de Reflexão Estratégia Construir Ideias se apresentou ligada à ala renovadora do partido, perdoem-me os politólogos o uso do termo "renovador", mas não tenho outra para designar a corrente próxima de Passos Coelho.
A plataforma Construir Ideias é ambiciosa em termos de integração na web 2.0: o site tem zonas multimedia, distribuição dos conteúdos em RSS, conta no Twitter (accionada pelo director editorial Vasco Campilho, também ele blogger e "tuíteiro", como dizem os brasileiros), e presença no Facebook - que começa finalmente a ter portugueses em grande número.
Apresenta-se tendo por objecto "o desenvolvimento de projectos de vertente social, política, cultural e estrutural do país, com especial incidência na promoção e fomento da ciência política e na realização de estudos orientados para o desenvolvimento das políticas públicas".
Lançado ontem mesmo, foi o novo site do think tank afecto ao Partido Socialista. A Fundação Respublica, presidida por António Vitorino, assume-se como um interlocutor experiente na blogosfera - integra um blog colectivo, de nome Outubro, com uma vintena de colaboradores, alguns dos quais figuras de referência da blogosfera política portuguesa. De Rui Pena Pires (coordenador do blog) a Vital Moreira passando por Tiago Barbosa Ribeiro, Filipe Nunes e João Jesus Caetano.
O Respublica tem ainda um forum que apresenta um conceito inovador no debate na web: cada tema é lançado por dois debatentes, o público faz a discussão e ao fim de um tempo os proponentes iniciais fazem um balanço.
É clara a tentativa de trazer os partidos para perto das pessoas com maior inclinação para o debate de ideias. Na minha opinião, este movimento peca apenas por tardio.
Como já antes escrevi, a campanha de Barack Obama, construída no coração da web social, partindo desta, revigorada por esta, para todos os lados do espaço comunicacional, veio espatifar os preconceitos ainda existentes relativamente à Internet e às pessoas que por ela se movimentam. Os três actos eleitorais de 2009 em Portugal terão forçosamente, e até por um conjunto de outras razões, de passar por presenças e atenções para com os cibernautas muito maiores da parte dos candidatos.
Na web conquistam-se directamente poucos votos, mas indirectamente ocupam-se muitos territórios e sobretudo "postos de retransmissão" de mensagens.
Paulo Querido , jornalista
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