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“Ganhar o prémio Visão/BES foi sem dúvida uma surpresa”
Chama-se Vasco Neves, é fotojornalista e venceu, recentemente, o prémio Visão/BES na categoria de retrato, com uma foto de Cavaco Silva e a sua família no dia em que abriu ao público os portões do Palácio de Belém.O que poucos sabem é que Vasco é natural da Covilhã, onde diz ter projectos para o futuro. Gostaria, por exemplo, de retratar artistas da cidade ou fazer uma foto reportagem dos penitentes, no Paul.
Notícias da Covilhã- O Vasco é natural da Covilhã, de que freguesia?
Vasco Neves- Sim, nasci em Santa Maria no dia 9 de Junho de 1980.
Quanto tempo cá viveu?
Estive na Covilhã até 2004.
Porque foi embora?
Sai da Covilhã para estudar fotografia no Instituto Português de Fotografia (IPF).
Ainda mantêm laços afectivos e familiares com a cidade?
Sim. Além dos meus pais, a maioria dos meus amigos reside na Covilhã. Sempre que tenho oportunidade e disponibilidade regresso à cidade onde nasci.
Sei que é um apaixonado pela região, Cova da Beira e Covilhã. As suas fotos têm esta zona como cenário, muitas vezes?
Foi na Covilhã que iniciei o meu percurso na fotografia. Comecei por fotografar natureza e como mote principal a Serra da Estrela. Era lá onde passava a maior parte do tempo disponível, não só pela proximidade mas pelo bem-estar que me proporcionava. Aliava a paixão da montanha com uma nova que foi crescendo rapidamente, a fotografia. Ainda durante o curso no IPF, a maioria dos trabalhos eram realizados na Covilhã e mesmo quando comecei a descobrir a vocação para o fotojornalismo realizei o meu trabalho final no ACM e nas Minas da Panasqueira ambas no concelho da Covilhã. Actualmente, como fotojornalista, dedico o meu tempo ao DN e a reportagens para revistas com quem colaboro. Resta pouco tempo para me deslocar à Covilhã. Mas tenho projectos que passam evidentemente pela zona onde nasci, cidade que nunca deixei de registar. A Covilhã tem uma luz fantástica.
“Há muito trabalho por fazer na Cova da Beira”
Um fotógrafo profissional para vingar tem de sair daqui?
Há uma coisa que temos de separar à priori. Ser fotógrafo e fotojornalista não é a mesma coisa. Ser fotojornalista é, acima de tudo, ser jornalista. Fotojornalismo é uma área específica da fotografia e nas diversas áreas temos investimentos diferentes. O equipamento fotográfico profissional é muito dispendioso e o tempo que levamos para o rentabilizar não é imediato. Mas não é apenas o material que faz a fotografia. Na Covilhã temos fotógrafos profissionais que vingaram sem sair da cidade. Há ainda mercado que não é explorado mas para isso acontecer têm de haver sensibilidade que aceite profissionais da fotografia. Se me perguntar se como fotojornalista há espaço para trabalhar sou mais prudente. Os jornais atravessam uma fase de transição e estão a tentar ajustar-se a uma nova realidade que passa por reestruturar as redacções e ajuste a novos formatos. Sinceramente considero que há muito trabalho por fazer na Cova da Beira e não passa de todo por criar mais jornais. Por exemplo, a criação de colectivos de fotografia pode ser um princípio inovador a apoiar na região. Há muitas histórias para contar e existem publicações receptivas a reportagens freelancer. A Internet pode ser um aliado e o mercado internacional procura sempre novos talentos. O essencial é dedicação e muito trabalho.
Fale-me um pouco do trabalho que foi premiado pela Visão?
O prémio Visão/Bes é uma iniciativa importante que tem vindo a promover o fotojornalismo português. A fotografia pela qual fui premiado corresponde à categoria de retrato. Trata-se de uma fotografia tirada ao Presidente da República, no dia em que este, acompanhado com a sua família, abriu os jardins do Palácio de Belém ao público, em virtude do 5 de Outubro. É um momento invulgar, dá-nos a percepção de que as pessoas presentes na fotografia posam como estátuas. O júri, nas escolhas que fez (no prémio e nas menções honrosas), optou por realçar o fotojornalismo. Há uma tendência para fazermos retratos em pose e a escolha deste júri vem contrariar essa tendência.
Estava à espera do prémio ou foi apanhado de surpresa?
Este ano houve uma participação recorde, com 227 fotojornalistas e 6848 fotografias a concurso. Não estava à espera, foi sem dúvida uma surpresa. Nesse dia estava a trabalhar e não consegui estar presente na cerimónia de entrega de prémios. Recebi muitos telefonemas mas só acreditei quando o meu editor me ligou pois foi ele quem recebeu o prémio por mim.
(Entrevista na íntegra na edição papel)
23-04-2008 João Alves Centrais
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