quinta-feira, abril 05, 2007

Porque recordar é viver #5

Aproveito hoje para dar o meu contributo para a nova rubrica criada pelo Padrinho, "Porque recordar é viver" para lembrar esta notícia do longínquo ano de 2000.



Aeródromo da Covilhã vai ser remodelado
Voar mais alto


No próximo dia 20 vão reunir-se todas as entidades interessadas em oferecer um novo rumo ao aeródromo municipal da Covilhã. Pendente está a elaboração de um Plano Director que decidirá o que deve e pode ou não construir-se nos espaços envolventes
O aeródromo da Covilhã, o mais antigo do País - em 1946 aterrava ali o primeiro avião - vai ser modificado num futuro próximo. Para a remodelação estão em estudo propostas que apontam, entre outras coisas, para um aumento da pista, construção de uma torre de controlo, criação de uma escola fixa de prevenção rodoviária, novos hangares, construção de um kartódromo e de um hotel.
Há já 9 anos que a empresa Ligações Aéreas Regionais (LAR) deixou de operar na Covilhã, acabando com as carreiras diárias e/ou semanais existentes que ligavam a Covilhã às cidades de Lisboa, Porto, Coimbra, Vila Real e Braga. Actualmente, e para dinamizar e assegurar a plena operacionalidade do aeródromo, encontra-se em elaboração, num estudo chefiado pelo general Lemos Ferreira, o Plano Director do Aeródromo, que definirá quais as potencialidades de resposta do espaço conferido àquele equipamento, e as possibilidades de um melhor aproveitamento.
O Sr. Ferraz, director do aeródromo há mais de 20 anos, afirma que este " está um pouco condicionado para receber aviões de maior peso, por exemplo, com capacidade para 70 passageiros, como é o caso de um voo charter, embora já cá tenha aterrado um avião com 80 homens. A penalização é na descolagem, por causa do peso. Dispomos de 960 metros de pista e necessitariamos de 1400."
Interesse não falta
Várias são as entidades que solicitam uma cooperação do aeródromo para os mais diversos fins, como é o caso da Universidade da Beira Interior (UBI), Aeroclube e Associação de Bombeiros Voluntários da Covilhã, mas também empresas privadas interessadas em investimentos de âmbito turístico e, obviamente, a Câmara Municipal da Covilhã, que pretende, acima de tudo, a dinamização daquele espaço.
João Morgado, assessor do presidente da Câmara, questiona a rentabilidade das carreiras aéreas regulares quando realizadas apenas a nível nacional, contrabalançando tempo de viagem, custos, condicionamentos meteorológicos, e defende que é necessário procurar "alternativas para uma maior dinamização do espaço", como sejam a "criação de um kartódromo e de uma escola de prevenção rodoviária". Algumas empresas, com fins turísticos, têm também manifestado interesse no equipamento, o que implicaria "a provisão de infra-estruturas para alojamento perto do aeródromo, e também de um hangar de maiores dimensões.
UBI quer fazer aviões...
Por outro lado, uma outra empresa norte-americana estará também interessada na construção de uma escola de reparação para aviões, que, de resto, poderá vir a estar ligada ao departamento de Aeronáutica da Universidade da Beira Interior.
Esta é, de facto, uma das pretensões daquele departamento, mas não é a única. Entre a Câmara Municipal da Covilhã e a UBI foi celebrado um protocolo, a 22 de Dezembro de 1997, estipulando logo na primeira cláusula que ambas as partes "se comprometem a conjugar esforços e a potenciar os meios técnicos e humanos de que dispõem, a fim de assegurarem a plena operacionalidade do Aeródromo Municipal da Covilhã".
O departamento pretende um espaço onde se possa construir um hangar que permita não só o abrigo dos aviões, mas também espaço para laboratórios onde seja possível um maior contacto com a montagem efectiva de um avião e a própria actividade de voo, diz Ivan Camelier, coordenador do Departamento de Aeronáutica. Este professor acrescenta ainda haver já sido debatida a possibilidade da utilização do hangar também acções de formação, seminários ou aulas.
...e bombeiros pretendem voar
Entre os interessados no relançamento do aeródromo encontram-se também os Bombeiros Voluntários da Covilhã, cuja intervenção no processo, apontada pelo seu comandante, se prende com uma maior capacidade de resposta aos incêndios florestais que no estio assolam a região, e cujo combate muito beneficia ao ser apoiado por meios aéreos.
Para tal, bastaria tão só o aumento da pista até aos 1400 metros, a fim de que pudessem utilizar-se aviões com capacidade para transportar 10 mil litros de água. Actualmente, o Serviço Nacional de Bombeiros (SNB) apenas pode disponibilizar aviões com capacidade para 4 mil litros.
"Defendemos, também, a criação de instalações para o posicionamento dos Bombeiros dentro do próprio aeródromo, a fim de permitir uma intervenção imediata na pista", afirma o comandante.
Os interesse são conhecidos. Mas a base está no Plano Director do Aeródromo ainda em fase de elaboração. Como diz Ivan Camelier, "o arquitecto conhece os propósitos das entidades da região interessadas na estrutura. Agora tem que conjugar esforços p'ra botar todo mundo lá dentro".

http://www.urbi.ubi.pt/000314/edicao/cov_aero.html


Em 2000 era isto que se planeava, hoje já se planeia um novo aeródromo porque este não responde às necessidades. Nestes 10 anos, desde o estabelecimento do protocolo não sei se a UBI contruiu alguma coisa neste aérodromo e também não vejo kartódromo, nem empresas americanas ou russas. E se nada aconteceu nestes anos que permita afirmar que o aérodromo que existe é insuficiente, porque se está a planear a deslocalização do aeródromo?? Ou será esta mais uma promessa do nosso presidente de Câmara como outras que já aqui vi e que não passaram das fases de estudos (e como são caros esses estudos!!).

Acessibilidades novas naquela zona já existem, 2 faixas até de cada lado e mais algumas rotundas. Agora falta começar a contruir prédios que nem cogumelos e aqueles terrenos onde se encontra actualmente o aerodromo devem ser muito apetecíveis para a especulação imobiliária...

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